sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

3 Razões para crer que os EUA fazem parte da profecia de Apocalipse 13

 

Esboço

Hoje quero lhe ajudar a ver lógica na presença dos EUA na profecia de Apocalipse 13:11-18. Fazendo uso do método historicista de interpretação, estudiosos adventistas identificam tal país como sendo a “segunda besta” de Apocalipse 13, aquela que “emerge da terra” e se une à “primeira besta” que “emerge do mar” (Ap 13:1)- o papado – para apoiá-la em sua contrafação à adoração ao verdadeiro Deus (Ap 13:11-18; Ap 14:6-7).

Segundo tal interpretação, no futuro o papado e os EUA se darão as mãos, promovendo novamente a união entre Igreja e Estado. Do mesmo modo que ao longo da história essa união se mostrou prejudicial – pois perseguições passaram a ocorrer contra os supostos “hereges” – tal aliança entre papado e EUA abrirá o caminho para uma nova perseguição realizada através de um decreto de morte (Ap 13:15) e do boicote econômico (Ap 13:16-17) daqueles que não aceitarem o “sinal” ou a “marca” da autoridade da primeira besta.

Começaremos com a leitura de Apocalipse 13:16-17:

“A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome”.

Você pode estar pensando que isso é uma “tremenda bobagem” porque os EUA não apoiam a união entre igreja e estado, fato evidenciado na Constituição norte-americana que garante o direito de liberdade religiosa.

Porém, quero lhe mostrar que esse quadro pode mudar e, para isso, lhe darei três razões para considerarmos que os EUA podem sim ser o poder político representado pela “segunda besta” de Apocalipse 13 que por fim apoiará à primeira besta no estabelecimento de suas crenças.

1. Razão geográfica para a presença dos EUA em Apocalipse 13:

“Via ainda outra besta emergir da terra; possuía dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão” (Ap 13:11).

Uma vez que “mar” representa “povos, multidões, nações e línguas” de acordo com Apocalipse 17:15, podemos presumir que “terra” simboliza uma região pouco povoada.

“A nação assim designada não surgiria por meio de guerra, conquista e ocupação, mas se desenvolveria e chegaria à grandeza em uma região pouco povoada. Os comentaristas adventistas veem nesta segunda besta um símbolo dos EUA […] Quando a primeira besta (papado) foi para o cativeiro em 1798 [como apontado pela profecia dos 1.260 anos em Daniel 7:25 e em Apocalipse 12:6), os EUA cresciam em importância e poder. A nação não surgiu no velho mundo, densamente povoado, mas no novo mundo, que ainda constava relativamente, com poucos habitantes”. [1]

Os “dois chifres” dessa besta que “emerge da terra” podem representar duas características notáveis de governo norte-americano: a liberdade civil e religiosa, ambas garantidas pela Constituição dos Estados Unidos. [2]

2. Razão Histórica para a presença dos EUA em Apocalipse 13:

“[…] possuía (a besta) dois chifres, parecendo cordeiro…” (Ap 13:11)

Já ao comparar essa “segunda besta” a um “cordeiro”, a profecia nos mostra que no início de sua história, os EUA não tinha (e não tem) atitude de oposição contra qualquer religião e crença. A principal preocupação dos colonos britânicos no novo mundo era viver em paz, colocar em ordem a própria vida e prover refúgio para os oprimidos de tantas nações. [3]

Vê-se que os EUA mais uma vez se enquadram melhor nessa descrição profética por causa de sua postura original de ser favorável à religião e à liberdade de crença.

3. Razões Políticas para a presença dos EUA em Apocalipse 13:

“Vi outra besta emergir da terra; possuía dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão. Exerce toda a autoridade da primeira besta [papado] na sua presença. Faz com que a terra e os seus habitantes adorem a primeira besta, cuja ferida mortal fora curada […] e lhe foi dado comunicar fôlego à imagem da besta, para que não só a imagem falasse, como ainda fizesse morrer quantos não adorassem a imagem da besta. A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhe seja dada certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome” (Ap 13.11-12; 15-17).

Perceba que o caráter de cordeiro e de um país protestante que respeita a liberdade religiosa será mudado: falará como dragão e irá perseguir, como lemos em Apocalipse 13:11: “Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía dois chifres, parecendo cordeiro, mas “falava como dragão”.

Atualmente os EUA é um país maravilhoso, abençoado por Deus e que mantém os princípios de liberdade garantidos pela constituição. Porém, quando crises econômicas, políticas, religiosas e morais se intensificarem no cenário mundial, as coisas serão diferentes, e esse poder falará como dragão fazendo qualquer coisa que estiver ao seu alcance para tentar “melhorar” a condição econômica, política, religiosa e moral do mundo.

Quer provas possuímos de que a liberdade religiosa poderá acabar nos EUA, e que ocorrerá uma união entre igreja e Estado? Veja as declarações a seguir de líderes religiosos que têm inclusive influência política:

  • Pat Robertson: “Não existe isso [separação entre Igreja e Estado] na Constituição. É uma mentira da esquerda, e não vamos mais tolerá-la”.
  • F. James Kennedy: “Não há dúvida de que podemos testemunhar a queda, não só do muro de Berlim, mas do ainda diabólico muro de separação que tem levado à secularização, impiedade, imoralidade e corrupção em nosso país”.
  • W. A. Criswell: “Não existe algo como separação entre igreja e Estado. É meramente uma ficção imaginária dos incrédulos”.
  • Francis Schaeffer: “Hoje a separação entre igreja e Estado nos Estados Unidos é usada para silenciar a igreja”. [4]

Perceba que um segmento significativo de líderes religiosos norte-americanos é hostil à separação entre igreja e Estado. E se a oposição deles continuar a crescer, com certeza a união entre ambos é algo perfeitamente viável, levando a uma mudança na legislação e jurisprudência norte-americana.

Isso está abrindo caminho para que sejam promulgadas leis obrigatórias nos Estados Unidos. Veja o que alguns dos autores já citados disseram:

  • D. James Kennedy: “Nossa tarefa é recuperar os Estados Unidos para Cristo, qualquer que seja o custo. Como representantes de Deus, devemos exercer domínio e influência piedosos sobre […] todos os aspectos e instituições da sociedade humana”.
  • Paul Weyrich: “Estamos falando sobre cristianizar os Estados Unidos. Devemos simplesmente propagar o evangelho num contexto político” (Grifos acrescidos).
  • Francis Schaeffer: “O governo civil e, portanto, a lei, precisam estar baseados na lei de Deus dada na Bíblia. O estado deve ser administrado de acordo com os princípios da lei de Deus”. [5]

Há coisas boas nessa proposta, porém, a ênfase está errada e pode facilmente levar à intolerância para com aqueles que discordam dessa e outras ideias. Por exemplo, se o domingo se tornar o dia obrigatório de adoração cristã para atender aos interesses do papado e das demais organizações religiosas e políticas, os observadores do sábado terão dificuldades com uma provável lei dominical.

Vemos também nessas citações uma uma forte ênfase na reforma moral da sociedade nos EUA. Anos atrás, Ellen White disse que a reforma moral da sociedade norte-americana seria um dos argumentos apresentados pelos líderes protestantes para apoiarem uma lei dominical nacional. Ela disse que esses líderes religiosos iriam alegar que “a corrupção que rapidamente se alastra é atribuível em grande parte à profanação do descanso dominical, e que a imposição da observância do domingo melhoraria grandemente a moral da sociedade”. [6]

Alguns líderes políticos cristãos estão insistindo nesse argumento. Em seu livro Por Que os Dez Mandamentos Importam [em inglês, Why the Ten Commandments Matter] D. James Kennedy escreveu:

“Os cristãos precisam comprender que observar o dia de descanso [domingo] na verdade cria um clima mais moral em nossa cultura. Promove uma conscientização de que Deus e Seus caminhos e leis são importantes para todos nós […] A partir do testemunho da igreja primitiva, do testemunho de nossa vida desordenada e do testemunho de nossa sociedade que cambaleia à beira do colapso moral, vemos que a necessidade do dia de repouso é verdadeiramente urgente”. [7]

Percebeu? Há um perigo nesse interesse de melhorar a moralidade pública por meio do estabelecimento de leis religiosas com as quais outros grupos não concordem. Portanto, é perfeitamente viável (e lógico) o Congresso dos Estados Unidos legalizar o domingo como dia de descanso para atender aos interesses da maioria, contrariando assim o quarto mandamento que ensina a observância do sábado como sinal da autoridade de Deus sobre nossa vida (cf. Gn 2:1-3; Êx 20:8-11; Ap 14:7, 12).

Em sua carta apostólica Dies Domini publicada em 31 de maio de 1998, João Paulo II convida os governos a protegerem o domingo como dia de descanso e adoração. Mais uma vez pode-se ver que há um interesse tanto da parte de protestantes quanto de católicos em promover o domingo como dia da de guarda e dia da família. Na visão de muitos, isso poderia até mesmo contribuir para a conscientização ecológica. Afinal, guardando o primeiro dia da semana a humanidade ficaria um dia sem consumir os recursos naturais , dando descanso à natureza e preservando assim o meio ambiente.

Em uma conferência ocorrida em 2005, patrocinada pelo Conselho Judaico-cristão para a Restauração Constitucional, o rabino Aryeh Spero “assumiu a atitude incomum de lutar por um dia de descanso cristão, dizendo à multidão: ‘Eu sugeriria que instituamos novamente o dia de descanso, o domingo, como era antes. Façam do dia de domingo um dia de fé”. Nesse contexto, Spero estava exigindo leis – talvez até uma emenda constitucional – que tornasse o domingo um dia de descanso religioso e adoração. [8]

No final do século 19 Ellen G. White fez uma declaração significativa. Ela disse que, “mesmo na livre América do Norte, governantes e legisladores, a fim de conseguir o favor do público, cederão ao pedido popular de uma lei que imponha a observância do domingo”. [9]

Já no livro Eventos Finais, p. 131, ela escreveu:

“Quando as principais igrejas dos Estados Unidos, ligando-se em pontos de doutrinas que lhes são comuns, influenciarem o Estado para que imponha seus decretos e lhes apoie as instituições, a América protestante terá então formado uma imagem da hierarquia romana, e a inflição de penas civis aos dissidentes será o resultado inevitável”.

Á luz desses dados, você pode até não acreditar ainda, mais já pode considerar a possibilidade dessa interpretação estar certa, estudar mais e esperar em oração o desdobramento dos os acontecimentos finais, enquanto se prepara para a volta de Cristo.

Nos vídeos que preparei sobre o assunto, você terá a indicação de alguns livros com os quais poderá se aprofundar no estudo de Apocalipse 13. Prepare-se porque o Senhor está voltando: “Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente, venho sem demora. Amém! Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22:20).

Notas e Referências

[1] Vanderlei Dorneles, ed. Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, vol. 7 (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2014), p. 907. Grifo acrescido

[2] Veja-se Vanderlei Dorneles, O Último Império: A Nova Ordem Mundial e a Contrafação do Reino de Deus (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2012), p. 40.

[3] Dorneles, Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, vol. 7, p. 907.

[4] Citado em Marvin Moore, Apocalipse 13: Leis Dominicais, Boicotes Econômicos, Decretos de Morte, Perseguição Religiosa… Isso Pode Realmente Acontecer? (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2013), p. 203-204.

[5] Ibid., p. 208-209. Grifos acrescidos.

[6] Ellen G. White, O Grande Conflito (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2001), p. 587.

[7] D. James Kennedy, Why the Ten Commandments Matter (Nova York: Warner Faith, 2005), p. 81-82.

[8] Moore, Apocalipse 13, p. 212.

[9] White, O Grande Conflito, p. 592.

terça-feira, 13 de setembro de 2022

Deus guia o movimento adventista através da "bendita esperança"

 


Miller estudando intensamente a Bíblia com apenas uma concordância bíblica de Cruden, certa vez se deparou com o texto que o marcaria para o resto da vida: Daniel 8:14. Usando outros textos como Ezequiel 4:6 e 7 e outros mais, concluiu que as 2.300 tardes e manhãs representavam 2300 anos literais que teriam começado em 457 A.C e terminariam em 1844 d. C. Miller e seus companheiros aceitaram a ideia comum de que na era cristã a Terra é o santuário, a segunda vinda de Cristo seria a purificação desse santuário. Mas Miller e seus companheiros sofreram desapontamento por não compreenderem o significado da profecia, se baseando em Daniel 8:14 e Apocalipse 14:7, foram desatentos com o cerimonial típico prefigurando uma obra de juízo a ser iniciada no céu e as restantes mensagens contidas em Apocalipse 14.

Ellen White traça um paralelo entre a experiência dos discípulos de Cristo por ocasião da entrada triunfal e a dos mileritas no desapontamento do dia 22 de outubro de 1844. Assim como os discípulos passaram por uma prova crítica por compreender mal o caráter do reino do Messias, os adventistas mileritas enfrentaram um amargo desapontamento por compreenderem erroneamente os eventos descritos nas profecias e, assim, Deus, cumprindo Seu desígnio, provaria o coração dos que professaram crer na mensagem.

O que podemos concluir finalmente é que Deus esteve guiando o seu povo no movimento adventista como conduziu seu povo em todas épocas. Como disse Miller em sua carta, Deus em sua sabedoria e bondade os estava purificando, humilhando e os preparando para o reino. Miller esclarece bem que, apesar de ter sido decepcionado, não estava abatido ou desanimado, não perdeu de vista a “bendita esperança” e que continuava a aguardar a vinda de Jesus a qualquer momento.

sábado, 10 de setembro de 2022

ESPIRITUALIDADE NA FAMÍLIA COM BASE NOS ESCRITOS DE ELLEN WHITE

  


Diante da realidade que estamos vivendo, nos deparamos sempre com histórias de famílias sendo desfeitas. Sabemos que foi Deus que instituiu a família no Éden, assim como instituiu o sábado. O plano de Deus era que a família estivesse próxima dEle através da comunhão (Gên. 3:8), e que O representasse conferindo-lhe a bênção da reprodução e o domínio sobre toda a natureza (Gên. 1:26 e 28). Mesmo depois da queda continuou esse propósito de que a família fosse uma pequena representação do céu como um ambiente espiritual e que do seu seio expandisse o conhecimento do Senhor. 
Para que o lar possa ser uma representação do Céu, precisa ter contato com o céu. A oração é tão essencial, pois proporciona a aproximação e contato com Deus, contato esse indispensável para o desenvolvimento de todas faculdades do ser. Não é possível ter uma vida espiritual saudável e vigora sem a oração. Não pode haver segurança nem fortaleza do caráter sem passar tempo com Deus no lar. Como diz White (2014, p. 360):

Assim como os patriarcas da antiguidade, os que dizem que amam a Deus deveriam construir um altar ao Senhor onde quer que armem sua tenda. [...] Pais e mães deveriam muitas vezes erguer, de coração, orações a Deus em humilde súplica por si mesmos e por seus filhos. Que o pai, como sacerdote da casa, deponha sobre o altar de Deus o sacrifício da manhã e da tarde, enquanto a esposa e os filhos se unem em oração e louvor! Em uma casa assim, Jesus gostará de permanecer.

Milhares de famílias estão se degenerando e se dissolvendo pelas enxurradas do pecado e imoralidade ne nosso tempo. O interesse amorável de Deus é tamanho de alcançar tais famílias pelas quais o sangue de Jesus foi derramado, e restaura-las à semelhança da família edênica. É do Senhor que o lar seja uma bênção e todos sejam felizes, um lugar onde se dá gosto de viver e a paz do céu reine. Portanto,  

O lar é tanto uma igreja de família como uma escola de família. A atmosfera do lar deve ser tão espiritual que todos os membros da família, pais e filhos, sejam abençoados e fortalecidos por sua associação uns com os outros. As influências celestiais são educativas. Os que estão cercados de tais influências estão sendo preparados para a entrada na escola do alto. (WHITE, 2010, p. 214)

O assunto da temperança é uma questão espiritual também. Uma das formas de testemunhar da graça salvadora e do poder transformador de Deus, é tendo uma vida equilibrada em relação à saúde e ao cuidado do corpo. Deus se comunica conosco através de nossa mente e, Satanás para impedir que essa comunicação seja perfeita, induz a condescender com a intemperança. 

Ninguém que professe piedade considere com indiferença a saúde do corpo, iludindo-se com o pensamento de que a intemperança não é pecado e não afeta a espiritualidade. Existe íntima correspondência entre a natureza física e a natureza moral. [...] Hábitos errôneos no comer e no beber levam a erros de pensamento e de ação. (WHITE, p. 62). 

A influência da espiritualidade da família bem ordenada pode ser poderosa e ter um longo alcance se sua relação com Deus é desimpedida, portanto, isso também depende em grande parte de como são cultivados no lar os hábitos da temperança, princípios de saúde e simplicidade no estilo de vida.   



WHITE, Ellen G. Conselhos sobre o regime alimentar. 10 ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira. 1997.
WHITE, Ellen G. Mensagens escolhidas. Tradução de Isolina A Waldvogel, Luiz Waldvogel. 4. ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2010. 3v.
WHITE, Ellen G. Orientação da criança: como ensinar seu filho no caminho em que deve andar. Tradução de Carlos A. Trezza. Tatuí - SP: Casa Publicadora Brasileira, 2014. 



terça-feira, 11 de janeiro de 2022

A MÚSICA ADVENTISTA E A ADORAÇÃO NO SÉCULO 21

 



Introdução 

A música é uma expressão. Juan Sebastián Guevara Sanín a define como linguagem divina. A música pode expressar em sons as emoções que, em qualquer idioma, ficam curtas as palavras.1 É um elemento de adoração do céu. Foi instituída por Deus no céu com a finalidade de ser executada por seres criados como um ato de adoração ao Criador. Adorar é a expressão de amor e gratidão por quem é Deus e pelo que fez e faz por nós. Quando Deus criava todas as coisas, a música estava presente: “… quando as estrelas da alva juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus?” (Jó 38:7). 

A música em adoração a Deus esteve presente quando do seu ato salvífico a Seu povo do cativeiro egípcio: “Então cantou Moisés e os filhos de Israel este cântico ao Senhor…” (Êxodo 15:1); e em toda a Bíblia há muitíssimas referencias do canto a Deus: 1 Crônicas 25:6, Neemias 11:22, Jó 21:12… Também nos Salmos o louvor a Deus é mencionado várias vezes: Salmos 33:2, 47:6, 58:5, 98:4-5, 147:7, 149:3… O nascimento do Messias foi recebido com alegres cantos de seres angelicais:
“Então de repente, apareceu junto com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus, e dizendo: Gloria a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens de boa vontade”. (Lucas 2:13).

A salvação final do povo de Deus sobre o pecado também será marcada por canto de vitória (Apocalipse 14:3; 15:3). 

Como adventistas do sétimo dia, cremos e pregamos que Jesus breve virá outra vez. Em nossa proclamação mundial das mensagens dos três anjos de Apocalipse 14:6-12 chamamos a todos os povos a aceitar o evangelho eterno, louvar a Deus o Criador e preparar-se para encontrar com nosso Senhor em seu breve regresso. Desafiamos a todos a escolher o bom e não o mal para que “renunciando à impiedade e aos desejos mundanos, vivamos neste século sóbria, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação gloriosa de nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo” (Tito 2:12, 13). Por isso nossa música deve ser peculiar.

A música no contexto do Grande Conflito
A música está inserida no contexto de adoração. Não existe neutralidade moral na música. No universo, duas forças lutam pela supremacia e a questão em pauta é a adoração. Esta realidade é o grande conflito entre e o bem e o mal. Estas duas forças reclamam nossa adoração. Temos que nos posicionar de um ou de outro lado. Não há ponto neutro e a música é um elemento importantíssimo, porque, tem que ver com adoração.

Por isso é de importância vital entender o papel e a influência da música em nossa vida dentro da realidade do grande conflito entre o bem e o mal. Ellen White disse que “Satanás havia dirigido o coro celestial. Havia dado a primeira nota; então todo o exército angelical se unia a ele e gloriosos acordes musicais haviam ressoado através do Céu em honra a Deus e Seu amado Filho.”²  Então está claro que ele tinha não só uma posição privilegiada, como também dons especiais, um deles: a de reger o coro celestial.

Como resultado de sua rebelião foi expulso do céu, mas, Deus não lhe tirou todos seus dons e capacidades musicais. Seus intentos de lutar para destruir o governo de Deus e a adoração a Ele não desvaneceram. Falando de sua capacidade musical, Ezequiel 28:13 disse: “…em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros, no dia em que foste criado foram preparados” (Almeida, Revista e Corrigida). Ao mencionar tambores e pífaros, mostra que ele, Lúcifer, tem grande compreensão tanto do lado rítmico como do lado melódico. É um músico nato. Ao longo de toda a humanidade nunca houve alguém que saiba tanto de música como ele na terra. 

Agora, suponhamos que uma pessoa é muito boa em matéria de matemática. Será que, essa pessoa vai fazer vestibular de psicologia, línguas ou talvez culinária? Claro que não! Vai fazer matemática. Se Satanás entende muito de música, será que ele vai utilizar a música como estratégia para perverter a adoração? Claro que sim! A música é no mínimo poderosa.³ A pessoa que mais entende de música comparada com o anjo que menos sabe de música, é desafinada.  

 “Nos últimos dois mil anos, a música tem sido considerada uma força tão potente e influente na sociedade, que os principais políticos e filósofos defenderam seu controle pela Constituição da nação.”4

Um dos principais legados da música dos anos 60 e a revolução que trouxe para a sociedade para os dias de hoje é uma inversão da estrutura rítmica nunca antes utilizada desta forma. O equilíbrio biológico e rítmico de nosso corpo é com ênfase no primeiro tempo e segunda ênfase paralela no terceiro. A música dos anos 60 e todas as músicas que nasceram deste berço fizeram uma inversão desta sequência5

  O Documento Filosofia Adventista Do Sétimo Dia Da Música apresenta os princípios fundamentais para a eleição da música do cristão: “(1) Toda música que o cristão escute, interprete ou componha, seja sacra ou secular, deve glorificar a Deus (1Cor. 10:31). (2) Toda música que o cristão escute, interprete ou componha, seja sacra o secular deve ser o mais nobre e o melhor. (3) A música deve caracterizar-se por ser de qualidade, equilibrada, apropriada e autêntica. Fomentará nossa sensibilidade espiritual, psicológica e social, e nosso crescimento intelectual. (4) Apelará tanto ao intelecto como às emoções e terá um efeito positivo sobre o corpo. (5) revelará criatividade com melodias de qualidade, artística, com ritmos que a complementem. (6) Letras que estimulem positivamente habilidades intelectuais, emociones e vontade, conteúdo de valores morais; evocam e elevam; e se correspondem com uma teologia bíblica sólida. (7) Os elementos musicais e literários devem influir sobre o pensamento e a conduta em concordância com os valores bíblicos. (8) Deve manter um equilíbrio prudente dos elementos espirituais, intelectuais e emocionais. (9) Reconhecer e aceitar a contribuição de diferentes culturas na adoração a Deus.”6

Um pouco da história da música ocidental  
Em todas as culturas a música sempre esteve presente e ligada principalmente com o culto ou ritual religioso. Mas em nosso contexto atual é importante recordar o berço da cultura de nossa música atual que surgiu da miscigenação cultural que ocorreu nos Estados Unidos durante a colonização. 7

Primeiro, por um lado temos  o que ocorreu na Europa: o que chamamos de música clássica e que seguiu um rumo melódico (o canto gregoriano) e depois o período do renascimento, o barroco, o clássico e o romântico. Havia alguns mecenas que patrocinavam a música, mas quem controlava basicamente a música era a igreja. Por isso grande parte da música clássica dessa época tem contextos religiosos. Nesta altura o rumo era melódico.

Os europeus saem para os descobrimentos e vai acontecer um fenômeno que está na base de nossa cultura musical. Os europeus vão à África para trazer de lá escravos e encontram uma música que também é espiritual. O feiticeiro era quem dirigia toda a adoração. A música na África é mais rítmica, com tambores, o adorador entra em êxtase e “sente” a música intimamente. Do êxtase ele para um estado de transe como que está hipnotizado; no estado de transe baixam-se os espíritos, há manifestações estranhas, cai no chão, agita-se convulsivamente, espuma, depois o espírito sai e o corpo se desfalece. Assim termina a adoração.

Dali levam seus escravos africanos para o novo mundo onde se encontram os índios que também tem uma música rítmica. Cantam e dançam para chamar os espíritos bons, para afastar os espíritos maus; dançam para a chover, para parar de chover. Agora estas três culturas vão se reunir e ser miscigenadas (ou mescladas, misturadas) no novo mundo; vamos encontrar ali então o rumo melódico europeu com o rumo rítmico africano e dos índios; há uma mistura destas três vertentes musicais. 8

Depois há o fenômeno da guerra norte-sul e a libertação dos escravos. O homem negro agora trabalha não mais por açoitadas, mas por salário e com seu dinheiro pega instrumentos empenhorados e instrumentalizam sua música. Daqui vão nascer duas vertentes musicais. De um lado, temos afro-americanos que apesar de haver sido escravos acreditam em Deus como sua forma de libertação e que querem louvar a Deus e cantam o que nós chamamos de espirituais negros: “Cum bái ya mai Lord, cum bái ya” que é: “Come by here my Lord, my come by here.” “Swing Lord, Swing chariot, Coming for to carry me home” com sotaqueDo outro lado, temos afro-americanos que não vêem a Deus como sua forma de libertação. Seus deuses são aquilo que eles deificam em sua música. Então eles criam o blues que significa em sua essência melancolia, e que também era uma deificação, portanto, das drogas, do êxtase e da depressão. 9

blues dá origem ao swing e ao jazz.10 Vem de uma expressão um pouco obscena que se referiam ao movimento do corpo (swing = balanço corporal) e a ejaculação (jazz) no ato sexual que tem que ver com o clímax da música. Os nomes destas músicas deificam aquilo que estes afro-americanos que rejeitam a Deus acreditam. É daqui que vai nascer a cultura de nossa música atual. Este é o berço da essência da cultura da música ocidental. Os espirituais negros passam a ser aquilo que era o gospel original, que não tem nada que ver com o que se chama hoje como música gospel. Do outro lado do blues, do swing e do jazz vai nascer o rock and roll como estilo musical. “Rock and roll”, era una expressão utilizada nos guetos de Nova York para referir-se ao sexo livre no assento traseiro de um carro. 11

 E o rock, por sua vez, depois da revolução dos anos 60, influencia todos os estilos que, de aí em diante surgem. Por isso são objetáveis todos gênero e estilo musicais que partilham de quaisquer elementos dessa natureza desvirtuada de música.


Música sacra X música "gospel"

O gênero musical chamado "gospel" é recusável, inapropriado para adoração e louvor pois é, em sua essência, uma alertnativa à música secular mundana, com temática cristã, mudando apenas a letra, mas que se aproveita de ritmos de música mundana com toda uma estrutura desvirtuada. 

Apenas e somente a música Sacra é aceitável para o louvor e adoração a Deus. O "gospel" não é sacro só por causa da temática (letra). A letra não santifica a música. Portanto, o "gospel" é mundando por que toda a sua estrutura é desequilibrada, sincopada, desarmônica, estimulante físico-sensorial, desvirtuado ritmicamente, pobre, marcado por mantra rítmico e melódico hipnotizantes. A música sacra é diferente e é outra coisa. Portanto, música gospel e música sacra não são sinônimos.


Conclusão
Com base na abordagem histórica da origem da música contemporânea ocidental, temos que ser cuidadosos ao escolher uma música para oferecer a Deus. O Manual da Igreja é bem enfático ao afirmar que "se deve exercer grande cuidado na escolha da música no lar, nos encontros sociais, nas escolas e igrejas. Toda melodia que partilhe da natureza do jazzrock ou formas híbridas relacionadas ou toda linguagem que expresse sentimentos tolos ou triviais, serão evitadas". (Ver p. 97, 101, 151).12

E o Espírito de Profecia diz: 
“Se empregava a música com um propósito santo, para elevar os pensamentos àquilo que é puro, nobre e enaltecedor, e para despertar na alma a devoção e a gratidão a Deus” (Patriarcas e profetas, p. 644). Jesus “mantinha comunhão com o Céu mediante o canto” 12

Como adventistas, temos uma mensagem específica e relevante para nossos dias atuais que creio são os dias finais da história deste mundo. A mensagem trata-se da verdade presente para este tempo que é a tríplice mensagem de Apocalipse 14:6-12. Nossa música tem que refletir nossa mensagem senão estaremos sendo incongruentes, pregando uma poderosa mensagem profética e ao mesmo tempo utilizando a música de Babilônia, a qual a mensagem denuncia. 



 REFERÊNCIAS
¹ Sanín Guevara, Juan Sebastián. Teoría De La Música, pág. 1.
² WHITE. História da Redenção, livro 3 Consequências da Rebelião, pág. 25.
³ Pr. Fernando Lopes. Palestra sobre música no Congresso Jovem de 2005 em Juína-MT. 
4    BACCHIOCCHI, Samuele. The christian and rock music: a study on biblical principles of music. Michigan: Biblical Perspectves, 2000, 4 p. 21.
5    DALLA, Leandro. Música, reverência e adoração: o propósito de Deus. Vitória: GSA, 2014, p. 136.  
6    Documento A Una Filosofía Adventista Del Séptimo Día De La Música. Una Filosofía Adventista Del Séptimo Día De La Música, pág. 2,3. (https://revista.adventista.es/2014/01/una-filosofia-adventista-sobre-la-musica/).
7    REVISTA BRASILEIRA DE ESTUDOS DA CANÇÃO – ISSN 2238-1198, Natal, v.1, n.1, jan-jun 2012. O Blues como uma estrutura fundamental do Jazz: Progressões lineares não-tonais e técnica de redução schenkeriana adaptada ao contexto afro-americano. págs. 129, 130.

8    SILVA, Rafael Palmeira da. Estruturas Fundamentais No Blues: Adaptação De Conceitos Schenkerianos Considerando A Inflexão Melódica Afro-Americana E Seu Desenvolvimento No Jazz. Curitiba, 2012, págs. 25, 26.  
9    DALLA, Leandro. Música, reverência e adoração: o propósito de Deus. Vitória: GSA, 2014, p. 33-36.
10 Silva, Rafael Palmeira da. Estruturas Fundamentais No Blues: Adaptação De Conceitos Schenkerianos Considerando A Inflexão Melódica Afro-Americana E Seu Desenvolvimento No Jazz. Curitiba, 2012, págs. 25, 26. 
11 DALLA, Leandro. Música, reverência e adoração: o propósito de Deus. Vitória: GSA, 2014, p. 38.
12 MANUAL DA IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA. Trad. Ranieri Sales. 21 ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011, p. 151.
13 White. El Deseado de Todas las Gentes, p. 54)


  



*Gilberto B. da Silva - Bacharelando em Teologia pelo SALT (Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia)-IAENE







quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

VÍDEOS DO CANAL A VERDADE PRESENTE










CANAL A VERDADE PRESENTE

  


O objetivo deste canal é apresentar mensagens relevantes para o tempo em que vivemos. Aqui serão apresentados séries de estudos bíblicos temáticos, respostas à objeções e à dúvidas, temas de cunhos evangelísticos e etc.

 
“Por esta razão, sempre estarei pronto para trazer-vos lembrados acerca destas coisas, embora estejais certos da verdade já presente convosco e nela confirmados” (2 Pedro 1:12).

Na Bíblia, há apenas uma mensagem: o evangelho eterno (Ap 14:6). No entanto, em cada época, o Senhor sempre teve um povo proclamando Sua verdade. Para todas as gerações, há uma mensagem apropriada para aquele momento e situação. Para cada período da história, Deus tem uma mensagem específica. Essa mensagem é denominada “verdade presente”.

A Igreja Adventista do Sétimo Dia é um movimento profético para o tempo do fim. Ela tem a responsabilidade de pregar a “verdade presente”. Cremos que nossa igreja é um movimento profético de pregação e restauração da verdade para o período do tempo do fim.



quarta-feira, 20 de outubro de 2021

A VERDADEIRA ADORAÇÃO: "EM ESPÍRITO E EM VERDADE"


No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura.
Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade".

João 4:23,24



INTRODUÇÃO
O que significa adorar a Deus em espírito e em verdade?  Eu já ouvi várias opiniões e manifestações diferentes a esse respeito. Neste post, em vez de fazer uma análise do contexto bíblico e histórico do diálogo de Jesus com a samaritana iremos analisar a mensagem contida nas palavras de Jesus e compreender:
§  O que é adorar em espírito
§  Adorar em verdade
§  As características dos verdadeiros adoradores e
§  Nossa responsabilidade diante da verdadeira adoração
§  (Objetivo: despertar nossas faculdades espirituais adormecidas)


II.       EM ESPÍRITO - João 6:63.
a) A(s) Palavra(s) de Jesus é/são espírito. Romanos 10:17.
§  A Palavra de Cristo é a Bíblia que é a Palavra de Deus, pois Jesus é Deus. (ῥήματος Χριστοῦ - rhēmatos Christou).). 
§  Joâo 3:34. ῥήματα τοῦ Θεοῦ. Palavra de Deus. Mt. 4:4 - toda palavra que procede da boca de Deus.
b)  Portanto, adorar em espírito é adorar como a Bíblia (palavra de Cristo/Deus) prescreve.
§  No A.T. Deus dá uma ampla prescrição de como deveria ser a prestação de culto e adoração quando disse em Deuteronômio 12:4 NVI: "Vocês, porém, não adorarão ao Senhor, o seu Deus, como eles".
c)   1 Coríntios 14:15. De acordo com a Concordância Exaustiva da Bíblia Strong's, πνεύματι (pneumati) significa no contexto imediato disposição mental, mais precisamente racionalidade, pensamento; νοΐ (noi) significa mente, entendimento.
§  Assim, orar/adorar com o "espírito" está relacionado a orar/adorar com o entendimento/mente de maneira racional, inteligentemente. E é através de nossa mente que o Espírito Santo se comunica conosco. Portanto, se conclui que não há lugar para experiências de êxtase espiritual, pois isso seria contrário à recomendação do apóstolo.
§  Orar/adorar "com o espírito" ou "em Espírito" significa também orar/adorar de maneira aceitável a Deus, conforme a orientação do Espírito Santo, espiritual.


III.    EM VERDADE
a)   αληθεια= aletheia (verdade). De αλητης=alethes, ocorre 109x.
§  Objetivamente: que é verdade em qualquer assunto em consideração.
§  Sinceridade de mente, livre de paixão, pretensão, simulação, falsidade, engano.
b)   Em João 17:17, Jesus associou o mesmo termo à Palavra de Deus dizendo: “a Tua Palavra é a verdade".
§  No Salmo 119:142 (a tua lei é a verdade); Salmo 119:160 (a tua Palavra é a verdade) o termo hebraico אֱמֶת e o grego αληθεια se correspondem.
§  Sendo assim, verdade é toda a vontade expressa de Deus.
§  Toda sinceridade deve ser submetida à essa verdade.
c)    A verdade de Deus comunicada a nós é processada através do nosso intelecto.
§  Romanos 12:1 - culto racional. (Tem gente que quer sentir a Deus > compreender, entender) Lucas 24:45.
§  A mensagem a ser assimilada através de qualquer veículo (pregação, música, etc.) precisa e tem que estar em maior evidência.


IV.    CARACTERÍSTICAS DOS VERDADEIROS ADORADORES
a)   (EGW, DTN, p. 188) Religião não é limitar-se a formas e cerimônias exteriores.
§  (CBA, V. 5, p. 918) Ou seja, aqueles cuja adoração emana do coração, e não o culto que consiste essencialmente em formas rituais realizadas em algum lugar particular.
§  Em outras palavras, de maneira sincera, com sinceridade. Ou seja, não são somente as atividades religiosas que são espirituais. Tudo o que eu faço em qualquer lugar e em qualquer momento é espiritual (trabalho, recreação, passeio, relações sociais, nos estudos, etc.).
b)  (EGW, DTN, p. 188) Para O servirmos devidamente, é mister nascermos do divino Espírito.
§  Para ser espiritual
§  Só assim, poderá ter discernimento espiritual (1 Cor. 2:15) e entendimento espiritual (Col. 1:9) para todas as coisas.
c)   (EGW, DTN, p. 188) Isso purificará o coração e renovará a mente, dando-nos nova capacidade para conhecer e amar a Deus. Comunicar-nos-á voluntária obediência a todos os Seus reclamos. Esse é o verdadeiro culto.
§  Os princípios da Palavra de Deus transcendem qualquer coisa e o tempo.
§  Obediência à Bíblia (Palavra de Deus).
§  Sujeição aos princípios divinos acima de tudo.


V.  A RESPONSABILIDADE DOS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA PARA COM A ADORAÇÃO
a)      No mundo cristão há alguns importantes princípios de interpretação bíblica:
§  1ª Fontes mistas: tradição; ciência; filosofia e experiências (senso comum) [com a Bíblia ou sem a Bíblia].
§  2ª A Bíblia como autoridade final; e
§  3ª A Bíblia como autoridade primária.
§  Discurso ≠ prática = Sola Scriptura
§  Para o povo da Bíblia, os Adventistas do Sétimo Dia é o Princípio Sola Scriptura. Os princípios contidos na Palavra deve ser o critério único e suficiente para o culto e a adoração.
b)     A música secular (popular) e mundana não está de acordo com os princípios bíblicos e não serve para o culto e a adoração.
§  O Manual da igreja diz: "A música é uma das mais sublimes artes. A boa música não apenas proporciona prazer, mas nos eleva a mente e cultiva nossas mais refinadas qualidades.  Deus, com frequência, tem usado canções espirituais para tocar o coração de pecadores e levá-los ao arrependimento. Música desvirtuada, ao contrário, quebranta a moralidade e nos afasta de nosso relacionamento com Deus. Devemos exercer grande cuidado na escolha da música no lar, nos encontros sociais, nas escolas e igrejas. Toda melodia que partilhe da natureza do jazz, rock ou formas híbridas relacionadas ou toda linguagem que expresse sentimentos tolos ou triviais, serão evitados." M I, p. 151.
§  Aleister Crowley - Pai do Movimento Nova Era, pai do satanismo moderno e santo padroeiro do rock.
§  Seus discípulos foram responsáveis por desencadear cinco revoluções muito conhecidas na década de 1960:
§  Revolução social (inversão de valores sociais)
§  Revolução sexual (sexo livre e homossexualismo)
§  Revolução das drogas (liberação de vários vícios),
§  Revolução espiritual e a revolução satânica.
§  Revolução musical

§  A revolução musical surgida nos anos 60 trouxe uma inversão da estrutura rítmica nunca antes utilizada. Nesse tempo o swing, o jazz e o blues vão dar origem ao rock an roll (sexo no banco traseiro do carro). E esse estilo influenciou todos os ritmos que surgiram a partir daí.
§  Ênfase 1º e 3º (ritmo natural do nosso corpo - proativo) tempo para 2º e 4º tempo (ritmo desequilibrado, Sincopado - passivo).
§  Essa estrutura musical é hipnotizante (repetição de sons, mantras rítmicos, melódicos e de letra por ser pobre).
c)      O estilo rock e correlatos podem ser tocados na igreja? Se não, então, por que tocamos e cantamos esses estilos?
§  Exemplif.: história da aliança de casamento com nome gravado.
§  Exemplos de músicas desvortuadas: DVD Adoradores (rock, blues e outros gêneros), grupo expressão vocal (pop), Art Trio (pop), etc.
Ellen White alertou: As coisas que [ocorreram] em Indiana o Senhor revelou-me que haviam de ter lugar imediatamente antes do fim do tempo da graça. Demonstrar-se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos com tambores, música e dança. Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se pode confiar neles quanto a decisões retas. ...
Uma balbúrdia de barulho choca os sentidos e perverte aquilo que, se devidamente dirigido, seria uma bênção. As forças dos agentes satânicos misturam-se com o alarido e barulho, para ter um carnaval, e isto é chamado de operação do Espírito Santo.... Essas coisas que aconteceram no passado hão de ocorrer no futuro. Satanás fará da música um laço pela maneira por que é dirigida. Mensagens Escolhidas, vol. 2, págs. 36 e 38.
§  Diante disso e diante de nossa falha, cabe, portanto, uma séria denúncia, por que certamente temos pecado oferecendo a Deus, para adoração, algo que ofende a sua santidade, um lixo musical que não O agrada, não nos santifica, nem nos aproxima dEle.


CONCLUSÃO
a)   Adorarar a Deus em espírito e em verdade é
§  Adorá-Lo com entendimento de forma racional
§  Adorá-Lo com sinceridade submetida aos princípios da Palavra de Deus.
b)   Ser verdadeiros adoradores é
§  Ser espirituais - nascer do Espírito.
§  Ter discernimento e bom senso. Capacidade de escolher aquilo que é bom e aprovado por Deus.
§  Ter entendimento espiritual (das coisas espirituais)
c)    Os verdadeiros adoradores devem adorar, louvar e cultuar a Deus com
§  Efesios 5:19 - falando entre si com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de coração ao Senhor,
§  Colossenses 3:16 - Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seus corações.


APELO
a)   Eu espero que atentemos para Palavra de Deus, a Bíblia já que somos o povo da Bíblia.
§  Obedeçamos a verdade revelada na Palavra e façamos jus à toda luz que temos recebido até aqui.
§  Não viremos as costas aos conselhos do Espírito de Profecia
b)   Procuremos cuidar para não nos assemelhar ao mundo nem aos demais que não obedecem à Palavra de Deus.
§  Que paremos de usar as músicas mundanas e satanicas como rock, pop, pop rock, pop romântico, pop rock romântico, blues, ritm and blues e outras na nossa adoração, principalmente nos serviços de cânticos da nossa igreja, por amor a Jesus que nos tirou de todas essas coisas de trevas para a Sua luz.
c)    Peçamos que o Espírito de Deus nos ajude a nos reavivar e nos reformar para que sejamos um povo que resplandeça a glória de Deus como o anjo de Apocalipse 18.
§  Para que se cumpra Deuteronômio 4:6 - Vocês devem obedecer-lhes e cumpri-los, pois assim os outros povos verão a sabedoria e o discernimento de vocês. Quando eles ouvirem todos estes decretos dirão: "De fato esta grande nação é um povo sábio e inteligente".




Gilberto Barroso da Silva.


REFERÊNCIAS

Manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Trad. Ranieri Sales. 21. ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011.



CONTEÚDO adicionaL/EXTRA

A maneira de adorar que Cristo instituiu e racional e intelectual, e um aprimoramento daqueles ritos exteriores e cerimonias com os quais a adoração do Antigo Testamento era tanto obscurecida quanto obstruída. Esta e chamada a verdadeira adoração, ao contrário daquela, que era típica.

HENRY, Matthew. Matthew Henry’s Commentar on the whole Bible - Volume V - Matthew to John. Domínio público. Rio de Janeiro, RJ: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2008. p. 796

“A associação com as coisas do mundo no setor musical é considerado inofensivo por alguns observadores do sábado. Tais pessoas estão, porém, em terreno perigoso. É assim que Satanás procura desviar homens e mulheres, e dessa maneira tem ganho o controle de almas. Tão suave, tão plausível é o trabalho do inimigo que não se suspeita dos seus ardis, e muitos membros de igreja tornam-se mais amigos dos prazeres que amigos de Deus.” Ellen G. White.
Mensagens Escolhidas vol. 3, p. 332.

“Deus tem nos chamado para sempre fazer a diferença. Deus não nos chamou para sermos iguais aos outros, mas para sermos diferentes. Existe uma corrente que diz que, para trazer a pessoa lá de fora, eu preciso me tornar igual a ela. Mas eu questiono isso. Eu creio que muitas pessoas virão justamente porque você é diferente. Precisamos rejeitar essa tendência de nos tornarmos mais parecidos com o mundo que Deus nos chamou para mudar.” Wanderson Paiva. Disponível em: <http://distritodeandradina.wordpress.com/2011/08/12/per!l-musical-wanderson-paiva>.


225 αληθεια aletheia
de 227; TDNT - 1:232,37; n f
1) objetivamente
1a) que é verdade em qualquer assunto em consideração
1a1) verdadeiramente, em verdade, de acordo com a verdade
1a2) de uma verdade, em realidade, de fato, certamente
1b) que é verdade em coisas relativas a Deus e aos deveres do ser humano, verdade moral e religiosa
1b1) na maior extensão
1b2) a verdadeira noção de Deus que é revelada à razão humana sem sua intervenção sobrenatural
1c) a verdade tal como ensinada na religião cristã, com respeito a Deus e a execução de seus propósitos através de Cristo, e com respeito aos deveres do homem, opondo-se igualmente às superstições dos gentios e às invenções dos judeus, e às opiniões e preceitos de falsos mestres até mesmo entre cristãos
2) subjetivamente
2a) verdade como excelência pessoal
2a1) sinceridade de mente, livre de paixão, pretensão, simulação, falsidade, engano