sábado, 17 de junho de 2017

O Livro de Jeremias

Jeremias 1:1 identifica o profeta Jeremias como o autor do Livro de Jeremias. Ele é o autor da maior parte do livro. A tarefa de redatá-lo foi confiada a Baruc, seu secretário, filho de Neerias (cap. 36: 4, 27-28, 32). Baruque também pôde haver redatado, compilado e preservado o material do livro, e haver contribuído nas narrações biográficas contidas. O Livro de Jeremias foi escrito entre 630 e 580 AC.
O propósito do Livro de Jeremias é registrar as últimas profecias sobre Judá, advertindo-lhe sobre a destruição que se aproximava caso a nação não se arrependesse. Jeremias clama à nação para que se volte a Deus e se empenha para conter a rápida decadência de Judá, mas parece que seus esforços são quase totalmente inúteis.
O Livro de Jeremias é uma série de sermões proféticos e mensagens de juízo sobre Judá por sua idolatria (Jeremias 7:30-34, 16:10-13, 22:9; 32:29; 44:2-3). Após a morte do rei Josias, o último rei justo e piedoso, a nação de Judá tinha abandonado quase por completo a Deus e Seus mandamentos. Jeremias estava advertindo Judá de que o julgamento de Deus estava próximo. Depois de inúmeros livramentos e paciência, agora Sua misericórdia estava chegando ao fim. Jeremias assinala o rei Nabucodonosor conquistando e dominando Judá (Jeremias 24:1).
Depois de tanta rebelião, Deus trouxe Nabucodonosor e os exércitos da Babilônia de volta para destruir e assolar Judá e Jerusalém (Jeremias 52). Mesmo no julgamento mais severo, Deus prometeu restaurar Judá e trazê-lo de volta à terra que tinha lhe dado (Jeremias 29:10).
Jeremias 23:5-6 apresenta um prenúncio da vinda do Messias. O profeta O descreve como o Renovo Justo de Davi (Jr 23.1-8), o Rei que iria reinar com sabedoria e justiça. É Cristo quem vai finalmente ser reconhecido por Israel como seu Messias verdadeiro à medida que Ele oferece salvação aos Seus escolhidos (v. 6, comparar com Romanos 11:26).
Uma lição prática do livro de Jeremias é que ele tinha uma mensagem muito difícil de entregar e, por mais angustiante que tenha sido transmitir uma mensagem de julgamento ao seu próprio povo, Jeremias foi obediente ao que Deus lhe dissera para fazer e dizer. Jeremias orou e aguardou pela misericórdia de Deus sobre Judá, mas também confiou que Deus era bom, justo e íntegro. Nós também devemos obedecer a Deus, mesmo quando for difícil, aceitar a vontade de Deus como mais importante do que nossa própria vontade, e confiar que Deus, em Sua infinita sabedoria e perfeito plano, vai determinar o melhor para Seus filhos de acordo com Romanos 8:28.



sexta-feira, 16 de junho de 2017

A atual crise de autoridade sobre Revelação


Na questão da Revelação há atualmente uma crise de autoridade. Sem Revelação não há Teologia. A única maneira de conhecer a Deus é pela revelação que Ele faz de si mesmo. O conceito tradicional de Revelação que comunica verdades objetivas é desafiado pela Revelação Existencial. Tomás de Aquino foi quem influenciou toda a Teologia Católica até o II concílio do Vaticano.

A nova corrente teológica – a NEO-ORTODOXIA, rompeu com a posição da Reforma com respeito à Revelação. Para eles a revelação ocorre agora quando a Palavra de Deus que é Cristo é proclamada e recebida pela fé. Oscar Cullmann e W. Pannenberg, falam da Revelação como a história da Salvação. Já F. Schleiermacher, Albrecht Ristsch e C.H. Dodd unanimemente falam da Revelação como uma experiência interior. Gregory Baum e Gabriel Moran compreendem a Revelação como uma percepção ou consciência. Para a Teologia da Libertação, Revelação ocorre quando conhecemos e aceitamos o chamado de Deus para participar da luta histórica por libertação. 

A Teologia Liberal afirma que a Revelação Geral é suficiente para a salvação. A tradição de Tomás de Aquino afirma que a mente racional com a ajuda da analogia de Deus é capaz de provar a existência e a perfeição de Deus. A revelação especial que é dada através de sonhos, visões teofanias, alcançou seu clímax em Jesus Cristo.    

Nas eras moderna e pós-moderna muitos cristãos concluem que a revelação cognitiva especial procedente de Deus é impossível. Abordando a doutrina da Revelação, os teólogos tentam interpretar as Escrituras partindo da suposição de que em sua redação participaram unicamente seres humanos. Os críticos históricos veem no conteúdo das Escrituras o produto de um longo processo de evolução cultural. As Escrituras falam de uma variedade de padrões divinos na Revelação. Na introdução da Epístola aos Hebreus Paulo afirma que “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, [...]” (Heb. 1:1-2 ARA).




Resenha de leitura por: Gilberto B. da Silva

Referências:

REID, George W (Ed.). Compreendendo as escrituras: uma abordagem adventista. Engenheiro Coelho: UNASPRESS, 2007.  págs. 59-91.

segunda-feira, 12 de junho de 2017

O discipulado no século 21

Resenha crítica por: Gilberto B. da Silva

Russel Burril apresenta o conceito de revolucionar a igreja no cumprimento da missão explorando o modelo do ministério leigo. Os candidatos ao batismo necessitam de instrução no discipulado como parte do processo de preparação. A missão da igreja antes do advento está arraigada na grande comissão e na mensagem dos três anjos. Temos ainda hoje a necessidade de definir o discipulado bíblico. O estilo de evangelização de Donald McGavran não é bíblico, porque separa a apresentação doutrinal como parte do processo de evangelização. A Igreja Adventista deve regressar aos princípios bíblicos de evangelização: fazer discípulos que estejam prontos para encontrarem-se com Jesus. Levar pessoas a Jesus e chamá-las a um discipulado radical. Discipular as pessoas antes do batismo e não depois.

A Grande Comissão
O mandamento da grande comissão constitui a razão de existir da igreja cristã. O estado de ressuscitado de Jesus lhe dá autoridade de emitir a comissão e a comissão é dada aos discípulos céticos. Jesus afirma ser o governante de todo o universo. A capacitação para o cumprimento dessa missão haveria de vir do Espírito Santo no Pentecostes.

O que é ser um discípulo?
Para Jesus, ser um discípulo é viver em uma relação com Aquele que o discipula. O discípulo só é completamente discípulo quando sempre está no processo de ser discipulado. Um discípulo é o que obedece ao que diz Jesus: o que guarda os mandamentos. “O amor deve ser o teste infalível e absoluto de discipulado.” Burril (2006, p. 32).

A missão no Novo Testamento
O derramamento do Espírito no Pentecostes estava ligado ao cumprimento da missão. O Pentecostes pode ser entendido somente no contexto da grande comissão. A perseguição alavancou à obra do evangelho. O chamado de Jesus é que saiamos de nossas igrejas cômodas e seguras e tranquilas para procurar alcançar aos que não conhecem a Jesus Cristo.

Modelo e princípios bíblicos de igreja
A grande comissão foi a razão da organização da igreja cristã. Para os primeiros cristãos o batismo estava unido à participação do crente no cumprimento da missão de Cristo: o fazer discípulos entre as nações. O batismo de alguém estava vinculado com a participação no ministério da igreja: fazer novos discípulos. “Se a igreja adventista espera ser a genuína igreja de Jesus Cristo nesses últimos dias, precisa retornar ao modelo bíblico de igreja – o da Grande Comissão.” Burril (2006, p. 67)

A obra da Igreja Adventista de preparar um povo para a vinda de Cristo é idêntica à dos primeiros cristãos que saíam a fazer discípulos. As igrejas eram dirigidas por leigos. Apocalipse 14:6-12 é a base da missão do adventismo. Mateus 24:14 nos dá a comissão, Apocalipse 14:6-12 nos dá a mensagem para cumprir com essa comissão.

O objetivo da missão adventista
O objetivo da missão adventista é a pregação da mensagem dos três anjos de Apocalipse 14 na esperança da segunda vinda de Jesus Cristo com uma estratégia de evangelização que segue o modelo Apocalipse 14:6-12. O ato de discipular deve ser feito antes do batismo e não depois. “O adventismo é wesleyano em sua compreensão de evangelismo.” Burril (2006, p. 82)

As doutrinas geram discípulos
A mensagem de Apocalipse 14:7 é uma mensagem de restauração da imagem de Deus implantando a vitória na vida de quem o aceita como seu Salvador. “Temam a Deus”, “dai-lhe glória” e “adorem”, são as três ordens para a restauração. A essência do discipulado é dar a Jesus o controle total de nossa vida.

Estratégia evangelística adventista
A metodologia adventista de evangelização deve estar centrada na teologia da missão de preparar um povo para a vinda do Senhor. Antes de conduzir as pessoas a Cristo, devemos ganhar a confiança ao ministrar suas necessidades básicas. A mudança da sociedade não vem por meio de boa legislação, senão por um verdadeiro discipulado com Jesus. “[...] discipulado implica ensinamento básico da Bíblia como preparo para o batismo.” Burril (2006, p. 99).

Consideração Final
Esta compreensão permite conhecer mais a respeito de como é o discipulado bíblico no contexto da Grande Comissão de Mateus 28. A missão da Igreja Adventista é mais ampla quando compreendida no contexto de Apocalipse 14:6-12. A missão da Igreja é preparar um povo que esteja pronto para o retorno de Jesus Cristo. Isto implica levar pessoas a Cristo em um pleno discipulado. 




REFERÊNCIA:
BURRIL, Russell. Discípulos modernos: o desafio de Cristo para cada membro da Igreja. Tradução Ellen Mary T. B. de Franco. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2006.

Liderança Baseada em Neemias

Liderança é uma influência, ou para bem ou para mal. Uma questão de credibilidade e caráter e não carisma. Cada vez que influímos sobre uma pessoa estamos exercendo a liderança. Nada tem que ver com idade ou título, é mais que isto. Se alguém te segue sendo inspirado a isso, esta é a prova da liderança. O líder está sempre aprendendo. O primeiro princípio de liderança de Neemias é que os líderes são sensíveis diante da necessidade das pessoas que os rodeia. Ser digno de confiança e disposto.

A formação de um líder é orar, fazer planos, motivar outros, organizar seu projeto, enfrentar aos que se opõem, resolver os conflitos e enfrentar as tentações tudo através de sua comunhão, discipulado, ministério, evangelismo e adoração. A eficácia na liderança pública é determinada pela vida privada do líder. Deus está disposto a fazer tudo pela pessoa que depende dEle.

A liderança produz estresse, e o alívio se encontra de joelhos. É necessário fazer planos espirituais para se prepararem para o êxito. Com base em Neemias, os bons líderes se identificam com seu pessoal para motivá-los com seu testemunho pessoal diante da oposição.  Um líder organiza seu projeto simplificando-o, motivando e delegando tarefa promovendo a unidade com gratidão. Para ter êxito são necessárias três coisas: uma perspectiva clara, uma vida de oração contínua e uma perseverança intrépida.

CONSIDERAÇÃO FINAL
Os princípios empregados no livro Liderança com Propósitos, baseados em Neemias são bons, são sólidos e práticos. Diferentemente de outros livros sobre o assunto, não foi esquecida a importância de reconhecer a necessidade que o líder tem de sua dependência de Deus, pois o autor baseou as lições da liderança em um personagem bíblico que é um nobre exemplo. O que foi proposto é muito útil e aplicável em nosso dia a dia. São princípios que muitos líderes deveriam saber para uma melhor liderança e passam por alto por não conhecerem. 



Resenha crírtica por: Gilberto B. da Silva

REFERÊNCIA:
WARREN, Rick. Liderança com propósitos: princípios eficazes para o líder no século XXI. Tradução de Jorge Alberto Russo. São Paulo - SP: Vida, 2009.