sexta-feira, 19 de maio de 2017

Podemos confiar no Antigo Testamento?


A Bíblia Sagrada tem um grande diferencial com relação a outros documentos religiosos que reside no fato de sua genuinidade bem como de suas profecias cumpridas que atestam a sua autoridade e autoria divinas. Nenhum outo livro religioso se iguala. A intenção proposital do Antigo testamento, era de apontar, convergir, encaminhar o leitor para o propósito de Deus, seu autor: revelar Jesus no Novo Testamento, desde o relato do messias prometido em Gênesis, nos sacrifícios, os ritos, as cerimônias, os primogênitos, depois o serviço levítico sacerdotal no tabernáculo, os símbolos, tudo apontava para o grande plano de Deus. Não só a composição traz as marcas das credencias divinas, mas também seu poder transformador a difere de outros livros.

Documentos sagrados de várias religiões devem ser tido apenas como literatura. O Antigo Testamento é uma coletânea de livros inspirados por Deus essencialmente interligados, cujas conexões são impressionantes, pois seus compositores, mesmo vivendo em épocas e costumes diferenciados pelo tempo nunca perderam a harmonia entre si em termos de assunto. Esse conjunto de livros só pode ser defendido logicamente pela teoria do conhecimento hebraico-cristã. Não é possível explicar precisamente os assuntos de religião através dos métodos científicos a partir de premissas filosóficas, inda mais especulativas, como é muito comum atualmente. Para saber a vontade de Deus, dependemos necessariamente de Sua auto revelação. Precisamos que Deus se auto revele. A Bíblia que reivindica para si a atribuição de inspiração e autoridade divinas, com um “assim diz o SENHOR”, ou “a mim me veio a palavra do SENHOR”. Deus preservou sua revelação de erros, embora tenha se valido de instrumentos humanos finitos e falíveis. Em Mateus 5:18 e João 10:35 Jesus confirma a infalibilidade das “Escrituras”, o Antigo Testamento e 2 Pedro 1:21 reconhece sua inspiração em cada parte.

Embora não possamos acessar os primeiros irrefragáveis, nossa principal base como a Inspirada Palavra de Deus precisa-se necessariamente dos manuscritos dos originais mais antigos. Tradução para outra língua tem a necessidade revisar manuscritos hebraicos e cópias quais sejam: Manuscritos pré-cristãos manuscritos pós-cristãos, as edições antigas impressas da Bíblia hebraica mais importante, as versões gregas, os targuns aramaicos, as versões latinas, as versões siríacas, as versões poliglotas e outras versões.

A baixa crítica se encarrega de aproximar o texto tanto quanto possível da sua forma originária, ou seja, a da pretendida pelo autor. Na transmissão do texto sagrado ocorre a mesma forma de erro de transcrição secular, como a troca de um caractere por outro de pronúncia ou escrita parecida, mas que não alteram a essência do conteúdo. Por causa da exatidão dos massoretas em transmitir o texto é que hoje possuímos uma cópia fiel do que era autoridade nos dias de Cristo e dos apóstolos. Quanto à canonicidade do antigo testamento, as ideias anti-sobrenaturalísticas dos estudiosos liberais os leva a rejeitar os reclamos de autoridade da própria Bíblia. Se baseiam em suas próprias premissas racionalísticas enquanto que os próprios autores bíblicos já reivindicaram a canonicidade inerente no mesmo tempo em que foram inspirados os seus escritos, tais escritos reclamam autoridade divina com um “Assim diz o SENHOR”.

O livro de Gênesis foi escrito para recordar ao povo de Israel sua origem como povo da aliança da graça estabelecida com Adão e reafirmada com Abraão e seu descendentes. Os seis dias da criação e a idade do mundo não se harmoniza com a evidência científica moderna, pois o pressuposto dos críticos atuais é de que a linguagem empregada no Gênesis não é literal, mas analógica. O criacionismo bíblico também se opõe ao evolucionismo moderno. E quanto à antiguidade da raça humana há muita discussão se de fato remonta há seis mil anos ou milhões de anos, porque os teólogos liberais não creem na literalidade da narrativa do livro de Gênesis.

Cristo, os autores do Novo Testamento e Paulo em 1 Timóteo 2:13 e 14 aceitam os relatos de Gênesis 2 e 3 e um Adão e Eva, a arca de Noé e o Dilúvio como literais e históricos. A integridade do relato das genealogias e dos eventos narrados de Gênesis e Êxodo é validada tanto pelas referências diretas de Cristo e dos apóstolos como pela história e arqueologia em descobertas. O livro de Levíticos é o que mais reclama inspiração devido ao fato de mencionar Deus ter falando 38 vezes com Moisés. Sua temática é prescrição sacerdotais sobre santidade e oferta correta de sacrifícios, sobre as festa e rituais. E o livro de Números é um relato de ocorrências do tempo em que o povo esteve no deserto sendo educado e preparado antes de entrar em Canaã.

O livro de Deuteronômio, cuja comprovada autoria é de Moisés, pelas informações do próprio texto, a despeito das infundadas questões da alta crítica, é um autêntico código de leis bem contrastantes com os injustos códigos de leis dos povos da época e não pode sua data em que foi escrito ser atribuída a nenhuma época posterior a Moisés. As evidências internas demonstram que de fato é assim, como estabelecimento das leis que regeriam a nação israelita quando tomassem posse da terra. Há o relato de o próprio Moisés instruindo o povo e o fazendo recordar de toda a sua trajetória até ali.

Descobertas arqueológicas confirmam a autenticidade e a veracidade dos fatos apresentados no livro de Josué e demonstram uma correlação com narrações de outros escritos de outros povos contemporâneos, e parece que as evidências internas do próprio livro apontam que a data da composição foi nos dias de Josué e, este o autor com acréscimos depois de sua morte. Embora não exista clareza com relação à identidade de seu ator, dá para concluir que os acontecimentos relatados em Juízes remontam os acontecimentos até a coroação de Saul, tinha uma abordagem profética. As cartas Tell-Amarna contribui muito para confirmar a veracidade e exatidão históricas de Juízes e assim reforçar a confiabilidade em sua inspiração. Fica claro que a data de composição de Rute se situa mais aceitavelmente lá pelos dias de Davi. Como disse Young (IAT 355), a historicidade do livro, por ser Rute ascendente de Davi, por si só, um irrefutável argumento. Em seu conteúdo aponta para a obra de Jesus como mediador.

I e II Samuel assinalam o estabelecimento do reino Israelita e as trajetórias que se seguiriam. Parece ser mais coerente datar a composição entre 930 e 722, antes do cativeiro, pois o seu autor ignora a queda de Samaria.

Considerações Finais

Achei interessantes as comparações com outros escritos da época em que o texto bíblico foi escrito. Gleason coloca os argumentos de autores de uma maneira que fica claro e fácil perceber as coerências e as incoerências em certos pontos que às vezes causa embaraço numa leitura rápida do texto. Assim, muitos argumentos contra a autoridade da Bíblica é refutado com base, tanto nas evidências internas quanto externas da Bíblia. Outro detalhe que é muito ressaltado desde o início do livro é como apresenta a graça de Deus presente e permeando em cada evento que ocorre na história enquanto Deus dirige o seu povo passo a passo. Também, o esboço dos temas gerais de cada livro ajuda a ter uma visão panorâmica com detalhes resumidos e objetivos que facilitam a compreender melhor o livro organizadamente e de maneira prática.   


Discordo, porém da suposição de que os cro-magnon que poderiam ter sido raças anteriores a Adão exterminados por Deus por razões desconhecidas antes de criar o progenitor da raça humana atual e que Adão seria o seria o primeiro homem criado segundo a imagem espiritual de Deus de acordo com Gênesis 1:26 e 27. Particularmente creio que antes de Adão ter sido criado só havia os animais as plantas e, como não havia imperfeição, não houve extermínio, pois, o primeiro homem foi criado no sexto dia da criação, sem nenhum ensaio falido.


Análise crítica do livro  “Merece Confiança o Antigo Testamento?” de Gleason L. Archer Jr. p. 9-209

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Deus conduz através do desapontamento

Resenha crítica por: Gilberto B. da Silva


William Miller, que sempre fora ligado ao campo, quando adulto, adotou o deísmo por associar-se com deístas, retorna com entusiasmo a estudar a Bíblia, após um apelo comovente de um pregador. Estudou intensamente Bíblia usando apenas uma concordância bíblica de Cruden. Começou no Gênesis e não avançava um versículo enquanto não o tivesse entendido. Certa vez se deparou com o texto que o marcaria para o resto da vida: “até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado” Daniel 8:14. Usando outros textos como Ezequiel 4:6 e 7 e outros mais, concluiu que as 2.300 tardes e manhãs representavam 2300 anos literais que teriam começado em 457 A.C e terminariam em 1844 d. C. Aceitou a ideia comum de que na era cristã a Terra é o santuário. Para ele, essa era a mensagem que Deus lhe confiara.

Miller e seus companheiros sofreram desapontamento por não compreenderem o significado da profecia, se baseando em Daniel 8:14 e Apocalipse 14:7, foram desatentos com o cerimonial típico prefigurando uma obra de juízo a ser iniciada no céu e as restantes mensagens contidas em Apocalipse 14.

Enquanto Miller e seus companheiros deram a mensagem do advento da América do Norte, surgiram em outros países grupos isolados que estudaram as profecias e acreditaram no iminente advento de Jesus. Na América do Sul, na Alemanha, França e Suíça, Escandinávia, em toda parte, o pungente testemunho das profecias apontava para a vinda de Cristo na primavera de 1844. Um desapontamento amargo fora experimentado devido a um equívoco no cálculo dos períodos proféticos: os eventos, pois Cristo não aparecera.

Antes do grande dia esperado, no verão de 1844, devido a “demora, tardança” se instalara o fanatismo através dos que eram superficiais; para os que permaneceram na esperança e na fé, encontraram alento nas profecias de Habacuque 2:1-4, Ezequiel 12:21-25, 27, 28 e na de Mateus 25 que os ajudou a resistir o fanatismo. E após o desapontamento continuaram com suas pesquisas para entender onde erraram, e entenderam com base em Hebreus 8:1, 2, 5; 9:1-5, 9, 23, 24 e em Apocalipse 11:19 que o santuário a ser purificado era o do Céu em vez de a Terra, e que Cristo desempenharia ali seu Sumo Sacerdócio ministrando os méritos do se sacrifício em favor do Seu povo. 

Ellen White traça um paralelo entre a experiência dos discípulos de Cristo por ocasião da entrada triunfal cruz e a dos mileritas no desapontamento do dia 22 de outubro de 1844. Assim como os discípulos passaram por uma prova crítica por compreender mal o caráter do reino do Messias, os adventistas mileritas enfrentaram um amargo desapontamento por compreenderem erroneamente os eventos descritos nas profecias e, assim, Deus, cumprindo Seu desígnio, provaria o coração dos que professaram crer na mensagem.


O que podemos concluir finalmente é que Deus esteve guiando o seu povo no movimento adventista como conduziu seu povo em todas épocas. Como disse Miller em sua carta, Deus em sua sabedoria e bondade os estava purificando, humilhando e os preparando para o reino. Miller esclarece bem que, apesar de ter sido decepcionado, não estava abatido ou desanimado, não perdeu de vista a “bendita esperança” e que continuava a aguardar a vinda de Jesus a qualquer momento.




Referências: 
Letter from WM. Miller.
WHITE, Ellen G. O Grande Conflito. 36 ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1988.

http://gilbertogbs.blogspot.com/p/deus-conduz-atraves-do-desapontamento.html
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