Introdução
Ao longo da história, grandes transformações espirituais e sociais sempre foram precedidas por mudanças discretas, quase imperceptíveis à maioria. Nos dias atuais, certos acontecimentos legislativos nos Estados Unidos — ainda que não declarem abertamente uma imposição religiosa — revelam uma crescente disposição em mesclar fé e governo. Este artigo apresenta fatos concretos que, sem alarmismo, apontam para um caminho que pode preparar o cenário para o cumprimento profético do decreto dominical, como predito nas Escrituras e comentado por Ellen White.
1. Texas e os Dez Mandamentos nas Escolas Públicas
Local: Texas
Fonte: Washington Post
Em 2025, o Texas retomou uma antiga proposta: tornar obrigatória a exibição dos Dez Mandamentos em todas as salas de aula das escolas públicas. A justificativa dos defensores da medida é promover valores morais e cívicos entre os jovens. No entanto, a lei reacende um antigo debate sobre a separação entre igreja e estado.
Por que isso importa profeticamente?
A introdução dos Dez Mandamentos pode parecer inofensiva, até positiva, à primeira vista. No entanto, sua imposição por lei é um passo simbólico em direção à legislação da religião. Mesmo que o mandamento do sábado não seja destacado nesse contexto (e tradicionalmente o domingo seja o foco no cristianismo popular), a questão central é o uso do aparato estatal para impor uma norma religiosa. Profeticamente, isso ecoa o cenário descrito em O Grande Conflito, onde os poderes civis passam a legislar sobre aspectos espirituais.
2. Projeto 2025 e a Ascensão do Nacionalismo Cristão
Origem: The Heritage Foundation
Fonte: Interfaith Alliance
O “Projeto 2025” não é apenas uma agenda de governo. Trata-se de um extenso plano estratégico para remodelar a administração federal dos EUA sob valores tradicionalmente cristãos. Embora o documento não mencione especificamente a observância do domingo, ele propõe a inclusão de “valores morais absolutos” como base das decisões políticas e judiciais. Uma das preocupações centrais de grupos de liberdade religiosa é o modo como esses valores, ainda que bem-intencionados, podem se tornar leis que privilegiem uma religião específica.
Por que isso importa profeticamente?
A profecia bíblica sugere que, nos últimos dias, a imposição da adoração estará no centro do conflito entre o bem e o mal (Apocalipse 13). Quando um Estado passa a adotar valores religiosos como critério para suas leis, o caminho está sendo preparado para que leis como o decreto dominical possam parecer não apenas aceitáveis, mas necessárias. Este projeto revela uma mudança cultural: da laicidade para o confessionalismo estatal.
3. Leis em Utah e o “Descanso Dominical Voluntário”
Local: Utah
Fonte: Salt Lake Tribune
Em março de 2025, Utah aprovou uma legislação que protege o direito de donos de franquias comerciais de fechar aos domingos por convicções religiosas. A medida foi recebida com entusiasmo por empresários cristãos, especialmente adventistas e mórmons, que já guardam o sábado ou o domingo. A lei não impõe o fechamento, mas cria um ambiente legal favorável à valorização do domingo como o "dia do Senhor".
Por que isso importa profeticamente?
Embora a medida seja facultativa, o simples fato de o Estado intervir para proteger a observância do domingo indica uma mudança na mentalidade social. O que começa como liberdade, pode se transformar em exigência. Historicamente, leis dominicais nos EUA já existiram — e foram aplicadas com rigor em alguns estados. O que vemos hoje é uma reabilitação gradual da ideia de que o Estado deve garantir espaço para o domingo como dia de descanso. Essa valorização institucional pode se tornar, num momento de crise, a base para um decreto universal.
4. Discernindo o Cenário Profético Sem Alarmismo
Ellen White escreveu:
“E o movimento para impor a observância do domingo está rapidamente ganhando terreno." (O Grande Conflito, p. 579 – EGW Writings)
Esses eventos, tomados isoladamente, não representam o decreto dominical. Mas vistos em conjunto — e dentro de um contexto escatológico — eles formam um padrão cultural e jurídico que abre espaço para que, no futuro, a imposição de um dia de adoração se torne viável.
A profecia não se cumpre com um único ato abrupto, mas por meio de processos históricos e decisões sucessivas. O nosso papel como cristãos vigilantes não é antecipar datas ou fazer sensacionalismo, mas observar os tempos e interpretar os sinais, à luz das Escrituras.
5. Tentativas de Redefinir a Separação entre Igreja e Estado
Recentemente, a Suprema Corte dos Estados Unidos aceitou julgar casos que podem redefinir a relação entre instituições religiosas e o Estado. Um exemplo é a ação envolvendo a criação de uma escola charter católica em Oklahoma, que, se aprovada, permitiria que escolas religiosas recebessem financiamento público, desafiando a tradicional separação entre Igreja e Estado. Essa mudança pode abrir precedentes para uma maior influência religiosa nas políticas públicas .
Além disso, o presidente Donald Trump em seu mandato anterior anunciou a criação de um "gabinete da fé" na Casa Branca, com o objetivo declarado de combater o que chamou de "viés anticristão". Embora apresentado como uma medida para proteger a liberdade religiosa, críticos argumentam que tal iniciativa pode favorecer determinadas crenças religiosas em detrimento de outras, comprometendo a neutralidade do Estado em assuntos religiosos .
6. Declarações Políticas e a Influência Religiosa
Líderes políticos têm feito declarações que questionam a separação entre Igreja e Estado. Alguns argumentam que os Estados Unidos foram fundados como uma nação cristã e que as políticas públicas devem refletir valores cristãos. Essas afirmações têm sido usadas para justificar propostas legislativas que incorporam princípios religiosos na governança, o que pode levar a uma erosão da laicidade do Estado e abrir caminho para legislações que imponham práticas religiosas específicas.
7. Considerações Proféticas: Um Cenário em Formação
Esses desenvolvimentos sugerem uma tendência crescente de integração entre religião e Estado nos Estados Unidos. Embora ainda não haja uma imposição direta de práticas religiosas por meio da legislação, os passos atuais indicam uma disposição para considerar tais medidas no futuro. Para aqueles que estudam as profecias bíblicas, especialmente no contexto do livro "O Grande Conflito", esses eventos podem ser vistos como parte de um processo que prepara o cenário para o cumprimento de profecias relacionadas à imposição de práticas religiosas pelo Estado.
Conclusão
A legislação contemporânea nos Estados Unidos revela mais do que simples decisões políticas — ela expõe uma tendência crescente de fusão entre valores religiosos e estruturas estatais, o que tem implicações profundas para a liberdade de consciência. Leis propostas ou aprovadas em nível estadual, decisões judiciais, pressões políticas para reinterpretação da Primeira Emenda e declarações públicas de figuras influentes sugerem que o terreno está sendo preparado, ainda que de forma sutil, para um cenário que se alinha com o quadro profético descrito em Apocalipse 13.
Os eventos relatados aqui não devem ser interpretados com sensacionalismo, mas com discernimento. A profecia não se cumpre de forma abrupta, mas por meio de processos, muitas vezes silenciosos, que só são percebidos por aqueles que vigiam com a Palavra em mãos. Como escreveu Ellen G. White: “O movimento para impor a observância do domingo está ganhando terreno rapidamente. (O Grande Conflito, p. 579.
Diante desse panorama, os cristãos são chamados não apenas a observar os sinais, mas a responder com fidelidade, vigilância e missão. É tempo de reafirmar nosso compromisso com a verdade bíblica, de manter-se informado, orar com propósito e proclamar a mensagem dos três anjos com clareza e amor. As Escrituras asseguram que Deus está no controle da história — e, por isso, nossa atitude deve ser de confiança ativa, e não de medo.