sábado, 25 de novembro de 2017

Aconselhamento bíblico efetivo


 O livro Aconselhamento Bíblico Efetivo, de Lawrence J. Crabb Jr., é relevantemente recomendável, pois nem sempre sabemos como direcionar um aconselhamento e por isso corremos o risco de fazer uso do que não é bíblico, se valer de pressupostos que solapam as Escrituras de maneira sorrateira e, em vez de agradar a Deus, estar agradando a si mesmo e aos outros apenas para fazê-los sentir-se bem.

Este livro nos leva a entender a verdadeira razão para se resolver os problemas: um relacionamento profundo com Deus, o desejo de agradá-lo;  a suficiência de Cristo que dá "significado e segurança". E isso me parece recomendável, pois reflete nossa necessidade.
 
Esta leitura mostra as fontes de onde surgem as ideias seculares que predominam os pensamentos dos profissionais atuais e como esses pensamentos permeiam os aconselhamentos na igreja. Fica bem claro na exposição do livro aquilo que é útil das contribuições de teóricos seculares e também aquilo que é tanto dispensável quanto perigoso e que deve ser rejeitado pois ameaça as doutrinas bíblicas, como por exemplo, uma delas, a justificação de Cristo pela fé.

Isso ajudará a ter critério, bom senso, na hora de orientar através do aconselhamento alcançando uma efetividade sem comprometer o alvo bíblico. Como diz o autor, esta leitura, ajudará a levar a pessoa que está sendo aconselhada a alcançar a sua maturidade que é quando se aproxima de Cristo, pois devemos "olhar" a psicologia pelas lentes da Bíblia e não o contrário.



Relatório de leitura/resenha crítica
Referência:

JR, Lawrence J. Crabb. Aconselhamento Bíblico Efetivo. Brasília: Refúgio Editora, 1985.

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

O pastor segundo o coração de Deus


A classe de pastores sofre uma crise de descrédito como nunca antes, desencadeada, pela falta de integridade teológica e moral entre os pastores. Essa crise deve-se à ameças que rondam os pastores, dentre elas, algumas: pastores não conversos que vivem uma farsa; falta de vocação para o ministério; indolência e descuido; ganância pelo ganho e desinteresse pela salvação das pessoas; instabilidade emocional; insegurança no ministério; pastores com equívocos teológicos no ministério; pastores autoritários e domiinadores e pastores sofrentes do despotismo; escessivo romantismo do ministério; pastores com o matrimônio arruinado; desregramento financeiro e pecado no ministério.
É pela Sua graça que Deus dá a vocação aos pastores para servir à Sua igreja com humildade, cuja missão de apascentar é nutrir a igreja com a Palavra de Deus, defender a igreja das ferozes ameças de heresias, relacionar-se com os membros para auxiliá-los e animá-los. Sendo o pastor vocacionado, ou seja chamado por Deus, ele cuida do rebanho de Deus com conhecimento e agudeza de espírito.
Diante do atual quadro de crise política e moral, assim como nos tempos de Elias, é grave também, a apostasia espiritual prevalecente. Elias serve como um exemplo de preparo para o pastor para enfrentar a atual crise e, a chave para esse preparo é a oração. Não pode haver vida de pregação sem oração. Antes de que o pastor seja enviado a trabalhar para Deus, Deus quer trabalhar na vida do pastor, preparar o pastor chamando-o ao deserto e à fornalha a fim de prová-lo para estar pronto para a batalha espiritual.
Para romper com a crise espiritual pastoral, o pastor precisa de verdadeira e profunda piedade. Piedade significa viver o que se prega e não apenas uma aparência e agir profissionalmente. Trata-se também viver uma vida oração, estreiteza com Deus, que é mais importante que a pregação. Não pode haver pregação nem elaboração de planos independentes de oração. E a pregação no púlpito também exige estudo constante da Palavra de Deus. Os pastores precisam da unção do Espírito Santo que vem somente através de uma vida de oração para se tornarem pregadores cheios de poder. Uma outra coisa que deve haver é a pregação com paixão, e esta significa forte princípio.
2 Tessalonicenses 2 apresenta 3 características de como deve ser a vida do pastor hoje, quais sejam: procura conversão das pessoas e não comodidade; procura trababalhar em vez de alcançar lucros; e procura antes a aceitação de Deus que dos homens. O apóstolo Paulo foi pregador que demostrava ser produtivo no ganhar almas e com seu desprendimento sincero, apresentava sua mensagem sem lisonjea, mas com amor e cuidado como que de mãe. Ele se identificava com as ovelhas e por isso, a palavra apresentada era eficaz. Deus era glorificado e o povo fortalecido para a luta espiritual e confirmado para o encontro com o Senhor na sua segunda vinda.
2 Timóteo 4:6-23 nos ensina através da vida de Paulo que a vida pastoral é também marcada pelo sofrimento, mas a graça de Deus nos habilita a encarar a luta e a dor com a esperança da recompensa. Nos combates de Paulo, a graça de Deus o capacitou a enfrentar o sofrimento da dor solidão, do desprezo e do esquecimento, de perseguições, fortes oposições e privações físicas, mentais e espirituais.
Em Atos 20:17-38, são apresentados sete compromissos que o pastor tem. Primeiro é com Deus, ou seja, relacionar-se com Ele, pois está a Seu serviço e isso demanda humildade. O pastor precisa ter compromisso consigo mesmo, pois é necessário pastorear a si mesmo antes de pastorear a igreja; necessário vigiar para não cometer aquilo que reprova nem cair no descrédito. É necessário compromisso com a Palavra Deus, pois ela deve ser pregada com fidelidade para a salvação, não apenas para multidões, mas também para pequenos grupos. O pastor tem compromisso também com o ministério, pois para isso foi chamado e consagrado e, esse deve ser exercido com abnegado esforço e entusiasmo. Em seu compromisso com a igreja, deve cuidar de todos e não só dos mais maleáveis, não se impôr nem explorar, defender o rebanho dos ataques dos lobos, tanto de fora quanto de dentro. Outro cuidado devido é com o dinheiro para que este não afete o motivo para servir à obra nem sua falta afete à sua dedicação. Por fim, demonstrar afeto especialmente de maneira verbalizada.
Embora o apóstolo Paulo tivesse o direito de mantido pela igreja, preferiu não fazer uso desse direito para não causar dificuldade ao evangelho, por amor aos pecadores e a si mesmo. Esse direito estava pautado no seu próprio apostolado, na sua experiência humana e a prática do sistema levítico da lei do Antigo Testamento. Os pastores devem exercer seu ministério sem pensar em lucros não podem ser remissos; as igrejas não devem deixar de ser fiéis na manutenção de seus obreiros.


Resumo livro:
LOPES, Hernandes Dias. De pastor a pastor: princípios para ser um pastor segundo o coração de Deus / Hernandes Dias Lopes. São Paulo: Hagnos, 2008.

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Criados holisticamente

O ser humano foi crido holisticamente. Os humanos não têm uma alma. Eles são uma alma, assim como Paulo se refere ao ser humano como espírito e corpo (1 Cor. 7:34). A alma não vive independente do corpo após a morte ou vai para o céu/inferno depois da morte.

a) nephesh (alma) não é uma parte da pessoa; é a pessoa; é traduzido como pessoa quando individuo vivo; o termo hebraico nephesh enfatiza a qualidade da individualidade de cada ser vivo, que constitui uma entidade única.
b) A alma não é imortal pois as Escrituras afirmam que só Deus possui imortalidade (1 Tim. 6:16) e “a alma (nephesh) que pecar, essa morrerá” (Ez. 18:20)

Esses argumentos são válidos porque a idéia de uma alma imortal não é encontrada nas Escrituras.
A visão monista do corpo, da alma e do espírito é indivisível na criação, no nascimento, na vida, na morte e na ressurreição.

A visão dualista é proveniente da filosofia grega platônica que alega que o ser humano tem uma alma no corpo e a crença na vida após a morte compartilhada por por muitos cristãos é uma contradição direta de Satanás às palavras de cristo, sendo assim a mentira mais antiga do mundo.

Essa compreensão contribui trazendo mais luz sobre termos bíblicos e mais confiança na Palavra de Deus como por exemplo: 
a) Confiar no que “está escrito”. Deus disse: “Certamente morrerás” (Gn. 2:17b). Satanás questionou as palavras de Cristo, dizendo: “certamente não morrereis” (Gn. 3:4a). Deus sempre diz a verdade, Satanás é “mentiroso
e pai da mentira” (Jo 8:44).
b) Esperança na ressurreição. Se alma é a pessoa real, isto quer dizer que o plano de salvação alcança o seu clímax na ressurreição do corpo.
c) Compreender melhor o princípio Sola Scriptura. A aplicação da hermenêutica bíblica sola Scriptura permite que as Escrituras interpretem as Escrituras, não substituindo o significado hebraico de psychē pelo do grego, assim o significado hebraico é preservado.


Resenha crítica
Referência:
Gulley, Norman R. Systematic Theology: Creation, Christ, Salvation. Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 2012.

                               

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Um movimento em crescimento


Resenha crítica por: Gilberto B. da Silva

Joshua V. Himes foi o principal promotor e organizador do movimento millerita e deu grande publicidade ao adventismo com periódicos como The Signs of the times. Milhares foram atraídos às reuniões campestres e aos sermões milleritas na Grande Tenda. Após o desapontamento que seguiu a 22 de outubro de 1844, surgiram fanatismos e divisões entre os crentes adventistas, porém, nova luz sobre o santuário e outras doutrinas, conferências e o dom de profecia manifestado em Ellen G. Harmon surgem para dar ânimo ao pequeno rebanho. O que levou notícias, estudos sobre doutrinas e ajudou a manter o grupo observador do sábado unido, foi o uso da página impressa principalmente a Review. Depois de organizados formalmente e adotado o nome de adventistas do sétimo dia em 1963, chega a reforma pró-saúde com o intuito de educar os adventistas quanto à saúde.

Nos anos 1950 o adventismo do sétimo dia se vê numa dinâmica jornada “em busca da verdade”, mas, desde 1844 enfrentou alguns desafios teológicos que provocaram crises à identidade do adventismo. O artigo de Barnhouse – “são os adventistas cristãos?” - em de 1956 gera uma nova crise em torno de pontos de vista divergentes da liderança da denominação, como por exemplo, a natureza humana de Cristo. Em resposta às perguntas de Barnhouse e Martin (figuras chaves de 1950-), líderes da igreja publicaram Questions on Doctrine, livro que satisfez indagações de alguns evangélicos, mas que dividiu o adventismo nos anos subsequentes. Outras questões foram o fracasso da mensagem adventista, a autoridade de E. G. White e a inspiração da Bíblia.

Podemos concluir que o movimento adventista desde o início com o desapontamento em 1844 enfrenta contínuas crises e tensões de dentro e de fora. Como todo crescimento e desenvolvimento traz suas dores, creio que Deus permite seu povo passar por experiências tais para que haja amadurecimento e constante progresso na trilha da verdade pautado na revelação de sua preciosa Palavra. E é na Palavra de Deus, na qual, unicamente, está fundamentada a esperança bendita do povo do advento.  

Referências:
KNIGTH, George R. Em Busca de Identidade: o desenvolvimento histórico das doutrinas Adventistas do Sétimo Dia. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2005

SCHWARZ, Richard W. Portadores de Luz: historia de la Iglesia Adventista del Séptimo Día. Buenos Aires: Asociación Casa Editora Sudamericana, 2002.


sábado, 17 de junho de 2017

O Livro de Jeremias

Jeremias 1:1 identifica o profeta Jeremias como o autor do Livro de Jeremias. Ele é o autor da maior parte do livro. A tarefa de redatá-lo foi confiada a Baruc, seu secretário, filho de Neerias (cap. 36: 4, 27-28, 32). Baruque também pôde haver redatado, compilado e preservado o material do livro, e haver contribuído nas narrações biográficas contidas. O Livro de Jeremias foi escrito entre 630 e 580 AC.
O propósito do Livro de Jeremias é registrar as últimas profecias sobre Judá, advertindo-lhe sobre a destruição que se aproximava caso a nação não se arrependesse. Jeremias clama à nação para que se volte a Deus e se empenha para conter a rápida decadência de Judá, mas parece que seus esforços são quase totalmente inúteis.
O Livro de Jeremias é uma série de sermões proféticos e mensagens de juízo sobre Judá por sua idolatria (Jeremias 7:30-34, 16:10-13, 22:9; 32:29; 44:2-3). Após a morte do rei Josias, o último rei justo e piedoso, a nação de Judá tinha abandonado quase por completo a Deus e Seus mandamentos. Jeremias estava advertindo Judá de que o julgamento de Deus estava próximo. Depois de inúmeros livramentos e paciência, agora Sua misericórdia estava chegando ao fim. Jeremias assinala o rei Nabucodonosor conquistando e dominando Judá (Jeremias 24:1).
Depois de tanta rebelião, Deus trouxe Nabucodonosor e os exércitos da Babilônia de volta para destruir e assolar Judá e Jerusalém (Jeremias 52). Mesmo no julgamento mais severo, Deus prometeu restaurar Judá e trazê-lo de volta à terra que tinha lhe dado (Jeremias 29:10).
Jeremias 23:5-6 apresenta um prenúncio da vinda do Messias. O profeta O descreve como o Renovo Justo de Davi (Jr 23.1-8), o Rei que iria reinar com sabedoria e justiça. É Cristo quem vai finalmente ser reconhecido por Israel como seu Messias verdadeiro à medida que Ele oferece salvação aos Seus escolhidos (v. 6, comparar com Romanos 11:26).
Uma lição prática do livro de Jeremias é que ele tinha uma mensagem muito difícil de entregar e, por mais angustiante que tenha sido transmitir uma mensagem de julgamento ao seu próprio povo, Jeremias foi obediente ao que Deus lhe dissera para fazer e dizer. Jeremias orou e aguardou pela misericórdia de Deus sobre Judá, mas também confiou que Deus era bom, justo e íntegro. Nós também devemos obedecer a Deus, mesmo quando for difícil, aceitar a vontade de Deus como mais importante do que nossa própria vontade, e confiar que Deus, em Sua infinita sabedoria e perfeito plano, vai determinar o melhor para Seus filhos de acordo com Romanos 8:28.



sexta-feira, 16 de junho de 2017

A atual crise de autoridade sobre Revelação


Na questão da Revelação há atualmente uma crise de autoridade. Sem Revelação não há Teologia. A única maneira de conhecer a Deus é pela revelação que Ele faz de si mesmo. O conceito tradicional de Revelação que comunica verdades objetivas é desafiado pela Revelação Existencial. Tomás de Aquino foi quem influenciou toda a Teologia Católica até o II concílio do Vaticano.

A nova corrente teológica – a NEO-ORTODOXIA, rompeu com a posição da Reforma com respeito à Revelação. Para eles a revelação ocorre agora quando a Palavra de Deus que é Cristo é proclamada e recebida pela fé. Oscar Cullmann e W. Pannenberg, falam da Revelação como a história da Salvação. Já F. Schleiermacher, Albrecht Ristsch e C.H. Dodd unanimemente falam da Revelação como uma experiência interior. Gregory Baum e Gabriel Moran compreendem a Revelação como uma percepção ou consciência. Para a Teologia da Libertação, Revelação ocorre quando conhecemos e aceitamos o chamado de Deus para participar da luta histórica por libertação. 

A Teologia Liberal afirma que a Revelação Geral é suficiente para a salvação. A tradição de Tomás de Aquino afirma que a mente racional com a ajuda da analogia de Deus é capaz de provar a existência e a perfeição de Deus. A revelação especial que é dada através de sonhos, visões teofanias, alcançou seu clímax em Jesus Cristo.    

Nas eras moderna e pós-moderna muitos cristãos concluem que a revelação cognitiva especial procedente de Deus é impossível. Abordando a doutrina da Revelação, os teólogos tentam interpretar as Escrituras partindo da suposição de que em sua redação participaram unicamente seres humanos. Os críticos históricos veem no conteúdo das Escrituras o produto de um longo processo de evolução cultural. As Escrituras falam de uma variedade de padrões divinos na Revelação. Na introdução da Epístola aos Hebreus Paulo afirma que “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, [...]” (Heb. 1:1-2 ARA).




Resenha de leitura por: Gilberto B. da Silva

Referências:

REID, George W (Ed.). Compreendendo as escrituras: uma abordagem adventista. Engenheiro Coelho: UNASPRESS, 2007.  págs. 59-91.

segunda-feira, 12 de junho de 2017

O discipulado no século 21

Resenha crítica por: Gilberto B. da Silva

Russel Burril apresenta o conceito de revolucionar a igreja no cumprimento da missão explorando o modelo do ministério leigo. Os candidatos ao batismo necessitam de instrução no discipulado como parte do processo de preparação. A missão da igreja antes do advento está arraigada na grande comissão e na mensagem dos três anjos. Temos ainda hoje a necessidade de definir o discipulado bíblico. O estilo de evangelização de Donald McGavran não é bíblico, porque separa a apresentação doutrinal como parte do processo de evangelização. A Igreja Adventista deve regressar aos princípios bíblicos de evangelização: fazer discípulos que estejam prontos para encontrarem-se com Jesus. Levar pessoas a Jesus e chamá-las a um discipulado radical. Discipular as pessoas antes do batismo e não depois.

A Grande Comissão
O mandamento da grande comissão constitui a razão de existir da igreja cristã. O estado de ressuscitado de Jesus lhe dá autoridade de emitir a comissão e a comissão é dada aos discípulos céticos. Jesus afirma ser o governante de todo o universo. A capacitação para o cumprimento dessa missão haveria de vir do Espírito Santo no Pentecostes.

O que é ser um discípulo?
Para Jesus, ser um discípulo é viver em uma relação com Aquele que o discipula. O discípulo só é completamente discípulo quando sempre está no processo de ser discipulado. Um discípulo é o que obedece ao que diz Jesus: o que guarda os mandamentos. “O amor deve ser o teste infalível e absoluto de discipulado.” Burril (2006, p. 32).

A missão no Novo Testamento
O derramamento do Espírito no Pentecostes estava ligado ao cumprimento da missão. O Pentecostes pode ser entendido somente no contexto da grande comissão. A perseguição alavancou à obra do evangelho. O chamado de Jesus é que saiamos de nossas igrejas cômodas e seguras e tranquilas para procurar alcançar aos que não conhecem a Jesus Cristo.

Modelo e princípios bíblicos de igreja
A grande comissão foi a razão da organização da igreja cristã. Para os primeiros cristãos o batismo estava unido à participação do crente no cumprimento da missão de Cristo: o fazer discípulos entre as nações. O batismo de alguém estava vinculado com a participação no ministério da igreja: fazer novos discípulos. “Se a igreja adventista espera ser a genuína igreja de Jesus Cristo nesses últimos dias, precisa retornar ao modelo bíblico de igreja – o da Grande Comissão.” Burril (2006, p. 67)

A obra da Igreja Adventista de preparar um povo para a vinda de Cristo é idêntica à dos primeiros cristãos que saíam a fazer discípulos. As igrejas eram dirigidas por leigos. Apocalipse 14:6-12 é a base da missão do adventismo. Mateus 24:14 nos dá a comissão, Apocalipse 14:6-12 nos dá a mensagem para cumprir com essa comissão.

O objetivo da missão adventista
O objetivo da missão adventista é a pregação da mensagem dos três anjos de Apocalipse 14 na esperança da segunda vinda de Jesus Cristo com uma estratégia de evangelização que segue o modelo Apocalipse 14:6-12. O ato de discipular deve ser feito antes do batismo e não depois. “O adventismo é wesleyano em sua compreensão de evangelismo.” Burril (2006, p. 82)

As doutrinas geram discípulos
A mensagem de Apocalipse 14:7 é uma mensagem de restauração da imagem de Deus implantando a vitória na vida de quem o aceita como seu Salvador. “Temam a Deus”, “dai-lhe glória” e “adorem”, são as três ordens para a restauração. A essência do discipulado é dar a Jesus o controle total de nossa vida.

Estratégia evangelística adventista
A metodologia adventista de evangelização deve estar centrada na teologia da missão de preparar um povo para a vinda do Senhor. Antes de conduzir as pessoas a Cristo, devemos ganhar a confiança ao ministrar suas necessidades básicas. A mudança da sociedade não vem por meio de boa legislação, senão por um verdadeiro discipulado com Jesus. “[...] discipulado implica ensinamento básico da Bíblia como preparo para o batismo.” Burril (2006, p. 99).

Consideração Final
Esta compreensão permite conhecer mais a respeito de como é o discipulado bíblico no contexto da Grande Comissão de Mateus 28. A missão da Igreja Adventista é mais ampla quando compreendida no contexto de Apocalipse 14:6-12. A missão da Igreja é preparar um povo que esteja pronto para o retorno de Jesus Cristo. Isto implica levar pessoas a Cristo em um pleno discipulado. 




REFERÊNCIA:
BURRIL, Russell. Discípulos modernos: o desafio de Cristo para cada membro da Igreja. Tradução Ellen Mary T. B. de Franco. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2006.

Liderança Baseada em Neemias

Liderança é uma influência, ou para bem ou para mal. Uma questão de credibilidade e caráter e não carisma. Cada vez que influímos sobre uma pessoa estamos exercendo a liderança. Nada tem que ver com idade ou título, é mais que isto. Se alguém te segue sendo inspirado a isso, esta é a prova da liderança. O líder está sempre aprendendo. O primeiro princípio de liderança de Neemias é que os líderes são sensíveis diante da necessidade das pessoas que os rodeia. Ser digno de confiança e disposto.

A formação de um líder é orar, fazer planos, motivar outros, organizar seu projeto, enfrentar aos que se opõem, resolver os conflitos e enfrentar as tentações tudo através de sua comunhão, discipulado, ministério, evangelismo e adoração. A eficácia na liderança pública é determinada pela vida privada do líder. Deus está disposto a fazer tudo pela pessoa que depende dEle.

A liderança produz estresse, e o alívio se encontra de joelhos. É necessário fazer planos espirituais para se prepararem para o êxito. Com base em Neemias, os bons líderes se identificam com seu pessoal para motivá-los com seu testemunho pessoal diante da oposição.  Um líder organiza seu projeto simplificando-o, motivando e delegando tarefa promovendo a unidade com gratidão. Para ter êxito são necessárias três coisas: uma perspectiva clara, uma vida de oração contínua e uma perseverança intrépida.

CONSIDERAÇÃO FINAL
Os princípios empregados no livro Liderança com Propósitos, baseados em Neemias são bons, são sólidos e práticos. Diferentemente de outros livros sobre o assunto, não foi esquecida a importância de reconhecer a necessidade que o líder tem de sua dependência de Deus, pois o autor baseou as lições da liderança em um personagem bíblico que é um nobre exemplo. O que foi proposto é muito útil e aplicável em nosso dia a dia. São princípios que muitos líderes deveriam saber para uma melhor liderança e passam por alto por não conhecerem. 



Resenha crírtica por: Gilberto B. da Silva

REFERÊNCIA:
WARREN, Rick. Liderança com propósitos: princípios eficazes para o líder no século XXI. Tradução de Jorge Alberto Russo. São Paulo - SP: Vida, 2009.

quarta-feira, 31 de maio de 2017

Autoria e Teoria documental do Pentateuco


Resenha crítica por: Gilberto B. da Silva
A AUTORIA DO PENTATEUCO
Alguns estudiosos têm acreditado na possibilidade de traços de tradição oral de Moisés no Pentateuco mas com relação à forma, uma obra pós-exílica. A Teoria Documental degrada Moisés como sem erudição literária da tradição oral. A Teoria Wellhausiana apresenta muitos pontos fracos e sofismas, como a de que o texto mosaico não pode ter sido escrito antes do fim do Exílio, que teve influência pagã e que a religião de Israel era puramente humana. Mas o próprio Pentateuco confirma que a autoria era de Moisés com inúmeras referências e evidências internas inegáveis, sem contar o Novo Testamento.

HISTÓRICO DA TEORIA DOCUMENTAL DO PENTATEUCO

Basicamente a Teoria Documental do Pentateuco questiona a autoria mosaica e apresenta a crítica da forma com o documentarianismo de Wellhausen. Em várias épocas surgiram várias ideias de vários teóricos que contribuíram para essa teoria. Quatro Documentos da Hipótese Documental: J — escrito cerca de 850 a.C. Descrevia Deus, ou fazia alusão a Ele antropomorficamente. E — Escrito em 750 a.C. D — composto, em 621 a.C. como um programa de reforma no tempo do rei Josias. P — Composto em várias etapas até 570 a.C. onde Esdras, o escriba acrescenta as últimas seções sacerdotais à Torá. P se preocupa com detalhes das origens, genealogias, dos sacrifícios e do ritual. A teoria Documental é uma teoria contraditória.



Referência

ARCHER JR, Gleason L. Merece confiança  O antigo testamento?. 4 ed. São Paulo: Vida Nova, 1986.

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Podemos confiar no Antigo Testamento?


A Bíblia Sagrada tem um grande diferencial com relação a outros documentos religiosos que reside no fato de sua genuinidade bem como de suas profecias cumpridas que atestam a sua autoridade e autoria divinas. Nenhum outo livro religioso se iguala. A intenção proposital do Antigo testamento, era de apontar, convergir, encaminhar o leitor para o propósito de Deus, seu autor: revelar Jesus no Novo Testamento, desde o relato do messias prometido em Gênesis, nos sacrifícios, os ritos, as cerimônias, os primogênitos, depois o serviço levítico sacerdotal no tabernáculo, os símbolos, tudo apontava para o grande plano de Deus. Não só a composição traz as marcas das credencias divinas, mas também seu poder transformador a difere de outros livros.

Documentos sagrados de várias religiões devem ser tido apenas como literatura. O Antigo Testamento é uma coletânea de livros inspirados por Deus essencialmente interligados, cujas conexões são impressionantes, pois seus compositores, mesmo vivendo em épocas e costumes diferenciados pelo tempo nunca perderam a harmonia entre si em termos de assunto. Esse conjunto de livros só pode ser defendido logicamente pela teoria do conhecimento hebraico-cristã. Não é possível explicar precisamente os assuntos de religião através dos métodos científicos a partir de premissas filosóficas, inda mais especulativas, como é muito comum atualmente. Para saber a vontade de Deus, dependemos necessariamente de Sua auto revelação. Precisamos que Deus se auto revele. A Bíblia que reivindica para si a atribuição de inspiração e autoridade divinas, com um “assim diz o SENHOR”, ou “a mim me veio a palavra do SENHOR”. Deus preservou sua revelação de erros, embora tenha se valido de instrumentos humanos finitos e falíveis. Em Mateus 5:18 e João 10:35 Jesus confirma a infalibilidade das “Escrituras”, o Antigo Testamento e 2 Pedro 1:21 reconhece sua inspiração em cada parte.

Embora não possamos acessar os primeiros irrefragáveis, nossa principal base como a Inspirada Palavra de Deus precisa-se necessariamente dos manuscritos dos originais mais antigos. Tradução para outra língua tem a necessidade revisar manuscritos hebraicos e cópias quais sejam: Manuscritos pré-cristãos manuscritos pós-cristãos, as edições antigas impressas da Bíblia hebraica mais importante, as versões gregas, os targuns aramaicos, as versões latinas, as versões siríacas, as versões poliglotas e outras versões.

A baixa crítica se encarrega de aproximar o texto tanto quanto possível da sua forma originária, ou seja, a da pretendida pelo autor. Na transmissão do texto sagrado ocorre a mesma forma de erro de transcrição secular, como a troca de um caractere por outro de pronúncia ou escrita parecida, mas que não alteram a essência do conteúdo. Por causa da exatidão dos massoretas em transmitir o texto é que hoje possuímos uma cópia fiel do que era autoridade nos dias de Cristo e dos apóstolos. Quanto à canonicidade do antigo testamento, as ideias anti-sobrenaturalísticas dos estudiosos liberais os leva a rejeitar os reclamos de autoridade da própria Bíblia. Se baseiam em suas próprias premissas racionalísticas enquanto que os próprios autores bíblicos já reivindicaram a canonicidade inerente no mesmo tempo em que foram inspirados os seus escritos, tais escritos reclamam autoridade divina com um “Assim diz o SENHOR”.

O livro de Gênesis foi escrito para recordar ao povo de Israel sua origem como povo da aliança da graça estabelecida com Adão e reafirmada com Abraão e seu descendentes. Os seis dias da criação e a idade do mundo não se harmoniza com a evidência científica moderna, pois o pressuposto dos críticos atuais é de que a linguagem empregada no Gênesis não é literal, mas analógica. O criacionismo bíblico também se opõe ao evolucionismo moderno. E quanto à antiguidade da raça humana há muita discussão se de fato remonta há seis mil anos ou milhões de anos, porque os teólogos liberais não creem na literalidade da narrativa do livro de Gênesis.

Cristo, os autores do Novo Testamento e Paulo em 1 Timóteo 2:13 e 14 aceitam os relatos de Gênesis 2 e 3 e um Adão e Eva, a arca de Noé e o Dilúvio como literais e históricos. A integridade do relato das genealogias e dos eventos narrados de Gênesis e Êxodo é validada tanto pelas referências diretas de Cristo e dos apóstolos como pela história e arqueologia em descobertas. O livro de Levíticos é o que mais reclama inspiração devido ao fato de mencionar Deus ter falando 38 vezes com Moisés. Sua temática é prescrição sacerdotais sobre santidade e oferta correta de sacrifícios, sobre as festa e rituais. E o livro de Números é um relato de ocorrências do tempo em que o povo esteve no deserto sendo educado e preparado antes de entrar em Canaã.

O livro de Deuteronômio, cuja comprovada autoria é de Moisés, pelas informações do próprio texto, a despeito das infundadas questões da alta crítica, é um autêntico código de leis bem contrastantes com os injustos códigos de leis dos povos da época e não pode sua data em que foi escrito ser atribuída a nenhuma época posterior a Moisés. As evidências internas demonstram que de fato é assim, como estabelecimento das leis que regeriam a nação israelita quando tomassem posse da terra. Há o relato de o próprio Moisés instruindo o povo e o fazendo recordar de toda a sua trajetória até ali.

Descobertas arqueológicas confirmam a autenticidade e a veracidade dos fatos apresentados no livro de Josué e demonstram uma correlação com narrações de outros escritos de outros povos contemporâneos, e parece que as evidências internas do próprio livro apontam que a data da composição foi nos dias de Josué e, este o autor com acréscimos depois de sua morte. Embora não exista clareza com relação à identidade de seu ator, dá para concluir que os acontecimentos relatados em Juízes remontam os acontecimentos até a coroação de Saul, tinha uma abordagem profética. As cartas Tell-Amarna contribui muito para confirmar a veracidade e exatidão históricas de Juízes e assim reforçar a confiabilidade em sua inspiração. Fica claro que a data de composição de Rute se situa mais aceitavelmente lá pelos dias de Davi. Como disse Young (IAT 355), a historicidade do livro, por ser Rute ascendente de Davi, por si só, um irrefutável argumento. Em seu conteúdo aponta para a obra de Jesus como mediador.

I e II Samuel assinalam o estabelecimento do reino Israelita e as trajetórias que se seguiriam. Parece ser mais coerente datar a composição entre 930 e 722, antes do cativeiro, pois o seu autor ignora a queda de Samaria.

Considerações Finais

Achei interessantes as comparações com outros escritos da época em que o texto bíblico foi escrito. Gleason coloca os argumentos de autores de uma maneira que fica claro e fácil perceber as coerências e as incoerências em certos pontos que às vezes causa embaraço numa leitura rápida do texto. Assim, muitos argumentos contra a autoridade da Bíblica é refutado com base, tanto nas evidências internas quanto externas da Bíblia. Outro detalhe que é muito ressaltado desde o início do livro é como apresenta a graça de Deus presente e permeando em cada evento que ocorre na história enquanto Deus dirige o seu povo passo a passo. Também, o esboço dos temas gerais de cada livro ajuda a ter uma visão panorâmica com detalhes resumidos e objetivos que facilitam a compreender melhor o livro organizadamente e de maneira prática.   


Discordo, porém da suposição de que os cro-magnon que poderiam ter sido raças anteriores a Adão exterminados por Deus por razões desconhecidas antes de criar o progenitor da raça humana atual e que Adão seria o seria o primeiro homem criado segundo a imagem espiritual de Deus de acordo com Gênesis 1:26 e 27. Particularmente creio que antes de Adão ter sido criado só havia os animais as plantas e, como não havia imperfeição, não houve extermínio, pois, o primeiro homem foi criado no sexto dia da criação, sem nenhum ensaio falido.


Análise crítica do livro  “Merece Confiança o Antigo Testamento?” de Gleason L. Archer Jr. p. 9-209

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Deus conduz através do desapontamento

Resenha crítica por: Gilberto B. da Silva


William Miller, que sempre fora ligado ao campo, quando adulto, adotou o deísmo por associar-se com deístas, retorna com entusiasmo a estudar a Bíblia, após um apelo comovente de um pregador. Estudou intensamente Bíblia usando apenas uma concordância bíblica de Cruden. Começou no Gênesis e não avançava um versículo enquanto não o tivesse entendido. Certa vez se deparou com o texto que o marcaria para o resto da vida: “até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado” Daniel 8:14. Usando outros textos como Ezequiel 4:6 e 7 e outros mais, concluiu que as 2.300 tardes e manhãs representavam 2300 anos literais que teriam começado em 457 A.C e terminariam em 1844 d. C. Aceitou a ideia comum de que na era cristã a Terra é o santuário. Para ele, essa era a mensagem que Deus lhe confiara.

Miller e seus companheiros sofreram desapontamento por não compreenderem o significado da profecia, se baseando em Daniel 8:14 e Apocalipse 14:7, foram desatentos com o cerimonial típico prefigurando uma obra de juízo a ser iniciada no céu e as restantes mensagens contidas em Apocalipse 14.

Enquanto Miller e seus companheiros deram a mensagem do advento da América do Norte, surgiram em outros países grupos isolados que estudaram as profecias e acreditaram no iminente advento de Jesus. Na América do Sul, na Alemanha, França e Suíça, Escandinávia, em toda parte, o pungente testemunho das profecias apontava para a vinda de Cristo na primavera de 1844. Um desapontamento amargo fora experimentado devido a um equívoco no cálculo dos períodos proféticos: os eventos, pois Cristo não aparecera.

Antes do grande dia esperado, no verão de 1844, devido a “demora, tardança” se instalara o fanatismo através dos que eram superficiais; para os que permaneceram na esperança e na fé, encontraram alento nas profecias de Habacuque 2:1-4, Ezequiel 12:21-25, 27, 28 e na de Mateus 25 que os ajudou a resistir o fanatismo. E após o desapontamento continuaram com suas pesquisas para entender onde erraram, e entenderam com base em Hebreus 8:1, 2, 5; 9:1-5, 9, 23, 24 e em Apocalipse 11:19 que o santuário a ser purificado era o do Céu em vez de a Terra, e que Cristo desempenharia ali seu Sumo Sacerdócio ministrando os méritos do se sacrifício em favor do Seu povo. 

Ellen White traça um paralelo entre a experiência dos discípulos de Cristo por ocasião da entrada triunfal cruz e a dos mileritas no desapontamento do dia 22 de outubro de 1844. Assim como os discípulos passaram por uma prova crítica por compreender mal o caráter do reino do Messias, os adventistas mileritas enfrentaram um amargo desapontamento por compreenderem erroneamente os eventos descritos nas profecias e, assim, Deus, cumprindo Seu desígnio, provaria o coração dos que professaram crer na mensagem.


O que podemos concluir finalmente é que Deus esteve guiando o seu povo no movimento adventista como conduziu seu povo em todas épocas. Como disse Miller em sua carta, Deus em sua sabedoria e bondade os estava purificando, humilhando e os preparando para o reino. Miller esclarece bem que, apesar de ter sido decepcionado, não estava abatido ou desanimado, não perdeu de vista a “bendita esperança” e que continuava a aguardar a vinda de Jesus a qualquer momento.




Referências: 
Letter from WM. Miller.
WHITE, Ellen G. O Grande Conflito. 36 ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1988.

http://gilbertogbs.blogspot.com/p/deus-conduz-atraves-do-desapontamento.html
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