quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Levantamento da quantidade de alunos adventistas e não-adventistas no CAB (Colégio Adventista da Bahia)



Adriano Pitombo
José R. Neto
Gilberto B. da Silva 
Ismael Santos
Raul Oliveira
Luiz Carlos Lisboa Gondim

RESUMO

Ao longo dos anos as escolas adventistas têm crescido exponencialmente, e com esse crescimento, tenfrentado um grande desafio em manter a suas origens, e esse fator está intrinsicamente ligado com as crenças e religião de seus alunos. Qual a influência que os alunos não adventistas exercem sobre os adventistas? E se o problema é a influência, qual é a implicação de acontecer dentro do colégio adventista? Será que existe más influências em nossos colégios? Qual o ideal de Deus para suas escolas?
Esses desafios estão sendo analisados por meio de pesquisa bibliográfica e quantitativa. Nesse sentido, o estudo analisa a relevância e as influências de alunos não-adventista sobre os adventistas. Apesar dos desafios, o ideal de Deus e sua vontade deve ter soberania sobre suas escolas, uma vez que a instituição acredita que foi Deus que as estabeleceu e tem cuidado delas ao longo do tempo.
Palavra-chave: Educação, escolas adventistas, influência, não adventistas.

ABSTRACT 

 Over the years Adventist schools have grown exponentially, and with this growth It have faced a major challenge in maintaining their origins, and this factor is inextricably linked with the beliefs and religion of their students. What influence do non-Adventist students have on Adventists? And if the problem is the influence, what is the implication of happening within the Adventist school? Are there bad influences in our schools? What is God's ideal for your schools?
These challenges are being analyzed through bibliographic and quantitative research. In this sense, the study examines the relevance and influences of non-Adventist students on Adventists. Despite the challenges, God's ideal and His will must have sovereignty over their schools, since the institution believes that it was God who established them and cares for them over time.

Key words: Education, Adventist schools, influence, non-Adventists.


Introdução
A educação adventista é uma das maiores do mundo no que diz respeito a escola com princípios cristãos, e isso faz com que ela tenha uma grande responsabilidade de continuar sendo uma referência na área da educação cristã. Só no ano de 2003 a Igreja adventista do sétimo dia gerenciava um sistema de educação com cerca de 6200 escolas, 60 mil professores e 1,2 milhão de alunos espalhados em 145 países. Esses dados só revelam o quanto a igreja adventista aposta em escolas e seu compromisso com a educação de suas crianças e jovens.
Tal crescimento só tem dado certo porque a instituição acredita que faz parte de um movimento profético, e que, inclusive, as escolas surgiram como um ideal divino. Sua filosofia educacional não é baseada em preceitos de homens, mas, por meio de uma revelação profética concedida a Ellen White.
No entanto, a importância desse tema nasce da necessidade de compreender a verdadeira razão da perda da identidade filosófica da educação adventista. Pois se tem paulatinamente perdido o verdadeiro significado da orientação profética. A partir dessas informações podemos melhor refletir sobre algumas perguntas: Qual a influência que os alunos não adventistas exercem sobre os adventistas? E se o problema é a influência, qual é a implicação de se acontecer dentro do colégio adventista? Será que existe más influências em nossos colégios? Qual o ideal de Deus para suas escolas?
O presente artigo se propõe a responder essas questões por meio de pesquisa bibliográfica e de campo, que tem como finalidade apresentar verdades relativas às influências de alunos que não professam a fé adventista, mas que mesmo assim, estudam e exercem influência sobre os alunos adventistas.

O propósito da educação adventista
“A igreja Adventista do Sétimo dia é reconhecida mundialmente por sua organização. A rede de escolas, colégios e universidades se insere na estrutura da igreja como parte de sua estratégia, visão e missão.” (CONFEDERAÇÃO DAS UNIÕES BRASILEIRAS DA IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA, 2009, p. 27).
Ellen White menciona que a educação é uma estrutura fundamental da igreja, portanto, é importante conhecer sua história. É perceptível que Deus sempre teve um plano para a educação de seus filhos. Esse plano é visível ao longo da história com base nas escrituras sagradas, bem como do Espírito de Profecia.
A educação confessional começou com o povo de Israel. “Deus ordenou aos hebreus que ensinassem aos filhos seus reclamos, e que os tornassem familiarizados com todo o Seu trato com o seu povo. O lar e a escola eram uma coisa só.” (WHITE, 2007, p. 95). Esse texto deixa claro que a educação dos filhos dos hebreus deveria ser diferenciada das outras demais nações, deveria ser pautada em princípios éticos fundamentados na palavra do Senhor, pois, Deus se preocupa com a educação dos Seus filhos. Sabe Ele que a educação transforma, liberta e eleva.
Sendo assim, eis aqui, uma extrema necessidade que os filhos de Deus tenham uma boa educação, mas acima de uma boa educação, um ensino que seja baseado nos princípios da palavra de Deus. Assim formamos os jovens, não somente para esta vida, mas para a do porvir. A mesma preocupação permeou a mente da igreja primitiva.
“As escolas na igreja cristã primitiva foram inicialmente instituídas nos lares cristãos emergentes, pelos discípulos dos apóstolos e pelos chamados pais da igreja. Seu objetivo era educar as crianças e reeducar os adultos conversos.” (CONFEDERAÇÃO DAS UNIÕES BRASILEIRAS DA IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA, 2009, p. 19-20). No Novo Testamento, o foco da educação era alcançar os conversos e seus filhos. Vimos que tanto no Antigo Testamento, quanto no Novo Testamento existia uma profunda preocupação com relação a educação dos professos filhos de Deus. 
Depois da morte dos apóstolos a igreja de Deus passou por um período de terríveis trevas e escuridão. No entanto, Deus suscitou povo remanescente para ser restauradores de brechas e reparadores de veredas conforme diz Isaias... Foi na primeira metade do século XIX que surgiu o Movimento Milerita de caráter interdenominacional   e com ênfase na verdade bíblica do segundo advento de Cristo. É nesse tempo que ressurge a preocupação em relação a boa educação dos fiéis.  
Em 1853 e 1854, um bom número de famílias adventistas demonstrou a preocupação de oferecer aos filhos uma educação livre das influências seculares das escolas públicas ou tradicionais. Assim, estabeleceram pequenas escolas em seus próprios lares. (CONFEDERAÇÃO DAS UNIÕES BRASILEIRAS DA IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA, 2009, p. 24)
Existe hoje, um padrão nacional de educação o qual descreve que as crianças são obrigadas a estarem na escola aos 4 anos de idade. É esse o ideal de Deus para a educação das crianças? Será que Deus orientou dessa forma? A sabedoria divina está acima de qualquer pressuposto humano, por isso, de acordo com a palavra profética a educação das crianças deveria ser dada da seguinte maneira: “Os pais devem ser os únicos mestres dos filhos até que eles cheguem a idade de oito ou dez anos. Assim que a mente lhes permita compreendê-lo, cumpre aos pais abrir diante deles o grande livro divino da natureza.” (WHITE, 2007, p. 21). 
Esse princípio foi visto na vida de Moisés, e do próprio Jesus. Logo, não deveria ser diferente na vida daqueles que se dizem ser seguidores de Cristo. Porém, muitos consideram que tais orientações proféticas não são cabíveis no século XXI, e com isso, acabam sendo influenciados pelo pensamento secular referente a educação. A estrita compreensão mundana não os permite enxergar além, mas Deus não erra, não falha e conhece o fim desde o princípio, ou sela, Ele sabe de todas as coisas. “Muitas crianças foram arruinadas para a vida em razão de se exigir demais do intelecto e negligenciar fortalecer o físico. Muitos têm morrido na infância devido ao procedimento seguido por pais e professores imprudentes, que forçam o intelecto, por lisonja ou temor, quando essas crianças eram demasiado tenras para verem o interior de uma escola.” (WHITE, 2007, p. 21).
Portanto, as páginas das sagradas escrituras testificam: “Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis seguros; Crede nos seus profetas e prosperareis. ” (2 Crônicas 20:20). Devido à falta de Fé em Deus, e crença na voz profética é que vemos como resultado um mundo com uma educação precária e em estado de calamidade. Esse não é o melhor modelo para o povo de Deus. 
Depois de conhecer sobre o surgimento da educação adventista, veremos a seguir alguns pontos importantes envolvendo o propósito pelo qual ela foi criada. É interessante destacar que embora existam alguns propósitos específicos que identificam a educação adventista, alguns colégios estão sofrendo consequências por estar se desviando do propósito correto. Para entendermos melhor sobre qual seria um modelo que identifica a educação adventista, Cardwaller (2013, p.121) diz: 

O Colégio de Battle Creek, o primeiro estabelecido pela denominação, é em seu estado ideal um modelo para as instituições da igreja que forem criados depois. Os objetivos propostos pelo Colégio de Battle Creek são profundamente espirituais e educacionais, portanto, deveriam estar entre as metas e propósitos dos colégios atuais, posto que são operados pela mesma igreja.

Tendo em vista que este é o modelo ideal dos colégios adventistas, entendemos que os nossos jovens deveriam estar inseridos nestes colégios para se prepararem para este mundo e principalmente para a vida eterna. Porém, antes mesmo que um jovem seja inserido nos nossos colégios adventistas, é de suma importância que ele tenha a sua mãe como primeira professora. É através do lar que os nossos jovens devem receber as bases para a vida. Sendo assim, Standish C. e Araujo. (2007, p. 101) diz:
Quando a criança entra na escola já está bem estabelecida em seu caminho. Os anos que passou no lar produziram sobre ela um profundo impacto, na verdade, maior do que qualquer outro possa causar. O caráter já foi substancialmente formado. A questão do egoísmo e abnegação já estabeleceu padrões de comportamento habituais em sua vida. 
É claro que estamos partindo do pressuposto de que a criança já recebeu no lar uma educação de qualidade baseada nos princípios da palavra de Deus. Sendo assim, ela precisará ser encaminhada para uma escola onde esses princípios tem que permanecer vivos e baseados na Palavra de Deus longe das influências contaminadoras deste mundo. Infelizmente isso não tem acontecido com muitos jovens adventistas, que são levados a estudarem em colégios seculares, e ali, em contato com outras crianças que não tiveram a mesma educação e que vivem totalmente longe dos princípios de Deus, acabam sendo influenciados a trilhar o caminho da secularidade e do mundanismo, aprendendo e vivendo de acordo com as regras do mundo.
Estas crianças que assim vivem, cada vez mais se distanciam do ideal que Deus revelou para elas. Pensando nisto, percebe-se então a urgência em que os nossos jovens estejam matriculados e frequentando os nossos colégios. Eles precisam ser guiados pelos princípios bíblicos e crescerem continuamente alicerçados na base que é a Palavra de Deus. Segundo Standish C. e Araujo (2007, p. 112), “esta é uma época em que nossos jovens necessitam acima de tudo conhecer os quatro pilares da nossa fé – a lei de Deus, o sábado, a mensagem do santuário e o estado dos mortos. ”
Portanto, diferente dos colégios seculares, os nossos colégios estão alicerçados na Palavra de Deus e trabalha no crescimento físico, mental e espiritual dos nossos jovens. Nesta idade em que são inseridos no colégio, é a mesma em que os jovens podem tomar a decisão pelo batismo. Um trabalho é feito com estas crianças para que sejam batizadas e despertem para o trabalho de Deus. White diz que

Nossas escolas são o instrumento especial do Senhor para habilitar as crianças e os jovens para a obra missionária. Os pais devem compreender a sua responsabilidade e ajudar os filhos a apreciar os grandes privilégios e bênçãos que Deus proveu para eles nas vantagens da educação. (WHITE, 2011, p. 149.)

Sendo assim, é de suma importância que os pais despertem e coloquem os seus filhos nos nossos colégios. Ainda que lhes seja difícil, devem fazer um esforço para que consigam. As vantagens e preparação que estes jovens terão, jamais podem ser comprados pelo dinheiro. Eles estarão recebendo uma boa educação e serão desenvolvidos nas áreas física, mental e espiritual. Serão preparados para se tornarem pessoas sociais e relevantes para a sociedade, mas, principalmente, serão preparadas para serem representantes de Deus aqui na terra, cumprindo a missão confiada por Jesus até alcançarem a vida eterna em Cristo Jesus.

Influências negativas de alunos secularizados tanto nas escolas públicas quanto na escola adventista
Com isso em mente, podemos entender a importância que os nossos colégios possuem para a formação dos jovens. Porém, um ponto que precisamos discutir é com respeito ao tipo de estudantes que estão inseridos nos nossos colégios. Será que existe uma predominância de estudantes adventistas em nossos colégios?
Este é sem dúvida uma pergunta muito importante para a nossa compreensão da educação adventista, pois, muitas famílias desejam que seus filhos tenham uma influência positiva no colégio convivendo com pessoas da mesma religião. White diz que “um bom número de famílias adventistas demonstrou a preocupação de oferecer aos filhos uma educação livre das influências seculares das escolas públicas ou tradicionais.” (CONFEDERAÇÃO DAS UNIÕES BRASILEIRAS DA IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA, 2009, p. 24). Ou seja, os pais estão muito preocupados em tirar os seus filhos das influências negativas em escolas seculares, e assim, os colocam nos colégios adventistas para que estes tenham uma educação de qualidade e um crescimento espiritual.
Porém, mesmo colocando os filhos em colégios adventistas, estes não estão totalmente isentos de influências seculares. Um exemplo claro disso é se refletirmos a respeito de um colégio adventista onde 80% dos alunos não são adventistas. Ou seja, a grande maioria dos alunos são mundanos ou de outras religiões, e assim, podem causar uma influência negativa sobre a vida dos nossos jovens adventistas.
Standish C. e Araujo (2007, p. 101) diz que:

É comum as escolas decaírem, sendo niveladas pelo denominador mais baixo dos que estão exercendo pressão sobre elas. É óbvio que os menos convertidos tendem a exercer maior pressão do que os convertidos. Desse modo os passos em direção ao comprometimento tendem a ser tomados mais prontamente do que os passos em direção à reforma.

Quando nos deparamos com esta situação, percebemos um grande problema em relação ao que tem acontecido em alguns dos nossos colégios. O problema se dá pelo fato de haver superiores ações exercidas sobre as crianças e os jovens adventistas, pois a grande questão não é o lugar onde eles estudam, mas sim a influência que recebem das companhias de incrédulos. “Jovens cristãos que propendem a ser influenciados por parceiros irreligiosos devem ter como companheiros a indivíduos que fortaleçam as boas resoluções e as inclinações religiosas” (WHITE, 1996, p. 55). 
Fica evidente que o grande problema aqui é a influência. E se o problema é a influência, qual é a implicação de se acontecer dentro do colégio adventista? Será que existe más influências em nossos colégios? É óbvio que se existe um percentual maior de alunos incrédulos, consequentemente haverá a tão terrível e temida influência negativa sobre nossas crianças e jovens.

Assim como um inocente jovem, quando deixado com endurecidos criminosos, aprende lições de crime com que jamais havia sonhado, jovens de mente pura, mediante associação com companheiros de colégio de hábitos corruptos, perdem sua pureza de caráter e se tornam viciados e maus. (WHITE, 2009, p. 41,42)

Também falando sobre o convívio com incrédulos, White (2007, p. 55) diz: 

Um jovem bem-disposto e com pendores religiosos, e mesmo aquele que professa religião, pode perder as suas impressões religiosas pela associação com alguém que fala desdenhosamente das coisas sagradas e religiosas, que talvez escarneça delas, e que tem falta de reverência e escrúpulo. Um pouco de fermento leveda toda a massa.

Se um pouco de fermento leveda toda a massa, imagine se houver muito fermento. Quais serão as consequências? Um verdadeiro adágio antigo dizia: “diga-me com quem andas e te direi quem tu és”, e o apóstolo Paulo afirma: Não se deixem enganar: “as más companhias corrompem os bons costumes" (1 Coríntios 15:33). E é isso o que tem acontecido com os nossos colégios. Infelizmente, muitas das nossas escolas não tem sido um refúgio seguro contra as influências destruidoras deste mundo, trazidas por mundanos. E o ponto chave é que hoje o número de irreligiosos que estudam em nossos colégios pode ser maior que o dos filhos de adventistas para quem a escola foi primariamente estabelecida. Isso tem acontecido por que os nossos colégios se desviaram daquilo que era o propósito de Deus. E haverá consequências tanto nessa vida quanto no porvir.   

Resultados de pesquisa quantitativa: Alunos não-adventistas e adventistas no CAB
De acordo com o referencial teórico, ficou evidente que muitos de nossos colégios tem sofrido com as influências negativas, devido ao número maior de alunos não adventistas. Será que o colégio pesquisado está dentro dessa estatística ou foge da realidade? Os seguintes gráficos apresentam essa informação.


Esse gráfico nos informa sobre a situação atual do Colégio Adventista da Bahia. Podemos inferir algumas coisas dessas informações. Uma delas é a ideia defendida por White (2007, p. 55), de que há um perigo de o jovem cristão que seja dotado de propensão religiosa se envolver em companhia de incrédulos que desprezam e zombam dos princípios cristãos, em consequência dessa associação ele perderá suas impressões religiosas, pois “um pouco de fermento leveda toda a massa” (Gálatas 5:9).
Enquanto White (2007, p. 55) fala da influência exercida sobre um indivíduo, Standish C. e Araujo (2007, p. 101) complementam com a ideia de que há uma maior pressão dos grupos de não convertidos sobre os convertidos, e nunca ao contrário. Essa realidade compromete o desenvolvimento moral, institucional, ético e espiritual da escola, por isso, muitas tem definhado, perdendo sua identidade. 

Este outro gráfico nos traz a quantidade dos alunos de forma detalhada por etapa: ensino fundamental 1 (Educação infantil), fundamental 2 e ensino médio.


No gráfico apresentado percebemos que a quantidade de alunos adventistas no ensino fundamental 1 (Educação infantil) excede a quantidade de alunos não adventistas. Isso se dá em razão de que o Colégio Adventista da Bahia está inserido dentro da Faculdade Adventista da Bahia, que oferece cursos superiores em diversas áreas, inclusive Teologia. Portanto, essa diferença ocorre devido ao fato de os filhos de obreiros e de estudantes de teologia estudarem no colégio e acrescerem ao número de alunos adventistas, sendo que a diferença que é vista no ensino fundamental 1 não continua nas outras etapas, em razão de que os estudantes de Teologia passam apenas 4 anos estudando e no caso dos obreiros o motivo é a rotatividade.
Mas quando passamos para as outras etapas percebemos a diferença que existe em relação ao ensino fundamental 1, pois no ensino fundamental 2 e no ensino médio a quantidade de alunos não adventistas supera a de alunos adventistas. Portanto o Colégio Adventista da Bahia, vive a mesma triste realidade que muitos dos nossos colégios em geral. A situação do ensino fundamental 1 deveria ser a realidade de todo o colégio, ou seja, não só as crianças, mas os juvenis e principalmente os jovens de nossa igreja deveriam ser a maioria em nossos colégios, pois de acordo com Standish C. e Araujo (2007, p. 112), “[...] esta é uma época em que nossos jovens necessitam acima de tudo conhecer os quatro pilares da nossa fé – a lei de Deus, o sábado, a mensagem do santuário e o estado dos mortos. ”
Vivemos em uma época em que os nossos jovens são bombardeados por filosofias mundanas que afetam o caráter e destroem os princípios de vida cristã, por isso, há a necessidade de que eles estejam nos nossos colégios. Se lá eles não estiverem, como aprenderão e se firmarão nos “quatro pilares da nossa fé”? Poderão ter esses ensinos em escolas seculares? Jamais, pois, se não estão onde deveriam aprender, nunca poderão aprender onde não deveriam estar. 

O ideal de Deus
Essa problemática existente nas escolas adventistas se dá por uma sucessão de fatores, são eles: O fato de que muitos pais não têm interesse em colocar seus filhos para estudarem no colégio adventista, nem todos os distritos pastorais são contemplados com a presença de um colégio adventista, também há uma busca por titularidade pública governamental permitindo com que muitas influências seculares batam na porta de nossa educação e o elevado valor das mensalidades. Stencel apresenta uma outra problemática:

Em 2003 havia apenas 7,6% de igrejas com escolas, podendo-se observar, portanto, um contínuo decréscimo da proporção igreja-escola no Brasil, desde 1960 até os dias atuais. Na última década esse quadro se agravou muito mais com o fechamento de inúmeras escolas pequenas na intenção de se construir grandes centros colegiais (STENCEL, 2004). (Observação: pastor encontrar a referência)

Quando falamos sobre o elevado valor das mensalidades, devemos levar em consideração que isto está relacionado com a construção de grandes e exorbitantes prédios, onde são investidos milhões de reais. Uma das consequências desta ação é o fato que o grande investimento em um único lugar priva outros de terem um colégio adventista. Como vimos acima na afirmação de Stencel, umas das grandes problemática que a nossa educação tem enfrentado hoje é a construção de grandes centros colegiais e consequentemente o fechamentos de inúmeras pequenas escolas para que essas grandes sejam construídas ao elevar-se a estrutura de colégio eleva-se também o valor das mensalidades, impossibilitando a presença de muitos filhos de adventistas que poderiam ali estar, mas, pelo valor não caber no orçamento familiar, ele fica privado de estudar na sua própria escola. Portanto com o valor que se constrói um único colégio grande, poderiam ser construídos cinco colégios pequenos. Assim estaríamos voltando ao ideal divino. Sobre isso, White (1987, p. 212) comenta: 
Não temos tempo para perder [...]. Aqui estão nossos filhos. Permitiremos que eles sejam contaminados pelo mundo - por sua iniquidade, por sua desconsideração aos mandamentos de Deus? Pergunto aos que pretendem enviar seus filhos à escola pública, onde é provável que sejam contaminados: Como podeis correr semelhante risco? Desejamos construir um edifício escolar para nossos filhos [...]. É preciso despertar um interesse suficientemente grande para construir um pequeno e adequado edifício escolar. 

 Aqui, explícito pela palavra profética está o ideal de Deus para a sua igreja, tirar os nossos jovens das terríveis influências seculares deve ser o nosso objetivo, mas isso não se dará na construção de grandes edifícios colegiais, onde muitos tem sido privados, e sim na construção de pequenos e adequados edifícios no qual receberão uma educação de qualidade, mas não apenas isso, pois acima de tudo essa educação estará baseada nos princípios da Palavra de Deus, na qual consiste a verdadeira educação, os nossos jovens mais do nunca precisam desfrutar dela. White (2008, p.19) diz:

Aquele que coopera com o propósito divino em transmitir à juventude o conhecimento de Deus, e em lhes moldar o caráter em harmonia com o Seu, realiza uma elevada e nobre obra, Suscitando o desejo de atingir o ideal de Deus, apresenta uma educação que é tão alta como o céu e tão extensa como o Universo; uma educação que não poderá completar-se nesta vida, mas que se prolongará na vindoura; educação que garante ao estudante eficiente sua promoção da escola preparatória da Terra para o curso superior – a escola celestial.

Como instituição devemos pagar o preço, para que possamos viver o ideal de Deus, porque infelizmente muitas vezes nos acomodamos com a situação e com a condição que o mundo nos oferece, mas não foi isso que o Senhor planejou para os seus filhos, sendo assim, não haverá vitória sem esforço e conquista sem sacrifício, se entendemos que isso é o melhor, então avancemos nessa direção! 







Conclusão

Diante dos fatos apresentados, não resta dúvida de que a educação adventista é indispensável na vida de seus membros e de seus filhos. Eles buscam matricular seus filhos para não receberem más influencias ou o mínimo possível, no entanto, o que poucos pais sabem é que, ao invés de influenciarem os não adventistas, estão sendo influenciados pelos mesmos, pois a regra é clara, o de maior número influencia o de menos número.
Foi exatamente isso que mostrou a pesquisa realizada, em um total de 282 alunos, 128 não são adventistas enquanto 154 são adventistas do ensino fundamental 1 ou educação infantil, quase metade dos estudantes é de não adventistas. Os pais de alunos adventistas optam por matricularem nas primeiras séries, e segundo eles, é onde está formando o caráter, pelo fato de ser de menor idade.
Em um total de 270 alunos, 163 não são adventistas, e 107 são adventistas no ensino fundamental 2. Aqui fica mais explícito a maioria de não adventista nas turmas do ensino fundamental, onde a rebeldia já está presente na vida do adolescente. No ensino médio, a média permanece a favorecer aos não adventistas. De um total de 284 alunos, 181 não são adventistas e 103 são adventistas, que recebem grande pressão para permanecer firmes em seus valores e raízes.
Portanto cabe a instituição de ensino, analisar quais são de fato seus ideais e sua missão, e precisam com urgência procurar resolver essas discrepâncias na formação de nossos jovens e crianças que são influenciados todos os dias.
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REFERÊNCIAS

SOCIEDADE BIBLICA DO BRASIL; ALMEIDA, Joao Ferreira de. A Bíblia sagrada: Antigo e Novo Testamento. ed. rev. at. Brasil. Rio de Janeiro: Sociedade Biblica do Brasil, 1969. ca. 1238. Mapas coloridos.
CADWALLADER, E. M. Filosofia básica da educação adventista. Tradução: Formandos do 3° ano de Pedagogia de 2006. Engenheiro Coelho, SP: Centro White, Unasp-EC, 2013. Disponível em: <http://centrowhite.org.br/files/ebooks/CW/FilosofiaEducacao/Filosofia%20B%C3%A1sica%20da%20Educa%C3%A7%C3%A3o%20Adventista.pdf>. Acesso em: 1º abril. 2017.
CONFEDERAÇÃO DAS UNIÕES BRASILEIRAS DA IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA. Pedagogia Adventista. 2 ed. rev. atual. Tauí, SP:  Casa Publicadora Brasileira, 2009. p. 27.
WHITE, Ellen G. Conselhos aos professores, pais e estudantes. Tradução de Isolina A Waldvogel. 5. ed. Tatuí - SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011.
_____________. Conselhos sobre educação. Tradução de Carlos Alberto Trezza. 3. ed. Tatuí - SP: Casa Publicadora Brasileira, 2009.
_____________. Educação: Um modelo de ensino integral. Tradução de Flávio Lopes Monteiro. Tatuí - SP: Casa Publicadora Brasileira, 2008.
_____________. Fundamentos da educação cristã. Tradução de Naor G. Conrado. 2.ed. Tatuí - SP: Casa Publicadora Brasileira, 1996.
_____________. Mensagens escolhidas 3: dos escritos de Ellen G. White. Tradução de Isolina Avelino Waldvogel, Luiz Waldvogel. 3. ed. Santo André: Casa Publicadora Brasileira, 1987.
STANDISH, Collin D; ARAUJO, Gerson P. Uma visão adventista da educação. 2. ed. Engenheiro Coelho: Centro Adventista de Artes Gráfica, 2007.

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